Nova Viçosa: Câmara de Vereadores e Fibria discutem lama na praia e criam grupo de trabalho para acompanhar o caso

Nova Viçosa: Câmara de Vereadores e Fibria discutem lama na praia e criam grupo de trabalho para acompanhar o caso
A alta concentração dessa lama e a constância da incidência tem afetado a pesca, o turismo e consequentemente o comércio local. Fotos: Ascom

A Câmara de Vereadores de Nova Viçosa, através do seu presidente o vereador José Anastácio Carvalho, provocou uma reunião com os representantes da Fibria Celulose para discutir a origem da lama que vem de forma intensa tomando conta das praias do balneário, a princípio acredita-se que a lama seja oriunda do material de descarte feito pela dragagem do canal do Rio do Tomba no município de Caravelas, feito para o transbordo do eucalipto através das barcaças até a cidade capixaba de Aracruz.

A alta concentração dessa lama e a constância da incidência tem afetado a pesca, o turismo e consequentemente o comércio local.

A reunião foi pautada por apresentações de estudos, gráficos e imagens por parte da empresa Fíbria Celulose para embasar a sua defesa e afirmar que ela não é a fonte de origem da lama que atinge as praias do balneário de Nova Viçosa, e por indagações sobre as operações da empresa no canal do Rio Tomba, apresentação de contexto histórico da turbidez das águas e informações de cunho socioambiental por parte dos vereadores que compunham a comissão presente.

Nova Viçosa: Câmara de Vereadores e Fibria discutem lama na praia e criam grupo de trabalho para acompanhar o caso
É necessária uma ação conjunta para que os transtornos possam ser minimizados o mais breve possível

Estiveram na reunião, João Carlos Augusti, Pedro Torres, Rodrigo Araújo e Engilbert Felipe representando a empresa Fíbria Celulose, os vereadores Renato Lage, Edimilson Figueiredo, João Farias, o secretário de Meio Ambiente de Nova Viçosa Geovane Rosal, além do presidente da câmara o vereador Anastácio, como é conhecido.

Para João Augusti, gerente de Meio Ambiente da Fíbria Celulose, independente das certezas por parte da empresa (essa afirma que a lama não tem origem na dragagem do Canal do Rio Tomba provocada por sua operação de transbordo de eucalipto) o importante é encontrar o DNA da lama, é saber a origem não por questões de responsabilidade apenas, mas porque a empresa está presente no dia a dia da comunidade.

“É de total interesse nosso contribuir, não queremos aqui tão somente esclarecer que não é de nossa responsabilidade, não se trata só de sermos ou não culpados, é uma prioridade para nosso relacionamento, não somos o problema, disso temos certeza, mas queremos ser parte da solução!” Disse Augusti.

No entendimento do secretário de Meio Ambiente de Nova Viçosa, Geovane Rosal, é necessário uma ação conjunta para que os transtornos possam ser minimizados o mais breve possível, para o secretário, um diagnóstico apenas de observação é muito raso para atribuir ou não culpa a empresa, mas para ele fica nítido o aumento da constância da lama com a dragagem do Tomba.

“Olha estamos todos focados em entender o problema e viabilizar a melhor solução possível, claro que os estudos da empresa aqui apresentados são bem embasados, disso não tenho dúvidas, mas não posso também refutar a sabedoria popular, as observações dos nossos ribeirinhos que dizem unânimes que essa lama surgiu dessa forma depois das operações da Fibria, por isso é preciso um estudo, precisamos esclarecer os fatos”, disse o secretário Geovane.

O presidente da câmara de vereadores, José Anastácio, foi enfático em suas colocações, cobrou uma postura mais presente por parte da empresa e fez duras críticas à forma como a Fibria vinha conduzindo o problema, mesmo ela alegando não ser responsável por ele, o vereador chegou a externar sua preocupação com prováveis engajamentos por parte da empresa para “abafar” o caso.

“Não vamos aceitar nada menos que resolver o problema, estamos aqui em comitiva justamente para não gerar interpretações de favorecimento por parte de quem quer que seja, não posso responsabilizar a Fibria sem um laudo conclusivo, mais posso afirmar que é muito estranho essa coincidência toda, do surgimento intenso dessa lama com a dragagem do Tomba, por isso vamos propor um estudo independente para eliminar qualquer resquício de dúvidas”, concluiu Anastácio.

Ficou entendido entre os participantes da reunião que um grupo de trabalho será criado para o acompanhamento do problema, um grupo plural com a participação da sociedade civil organizada, Fibria, Câmara de vereadores, representante da prefeitura e representante do ministério público, além de um boletim de acompanhamento das operações de dragagem do canal do Tomba de forma periódica para que os envolvidos no grupo de trabalho possam estar fazendo as observações necessárias.

No mesmo dia, uma outra reunião aconteceu com a mesma temática na pauta, dessa vez entre a Fíbria e a sociedade civil organizada, a reunião aconteceu na forma de devolutiva, uma vez que já haviam tido uma conversa preliminar há cerca de quarenta dias no gabinete da presidência da câmara de vereadores, a pedido do vereador Anastácio.

 

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