Nosso abrigo

“Misericórdia, ó Deus; misericórdia, pois em ti a minha alma se refugia. Eu me refugiarei à sombra das tuas asas, até que passe o perigo.” (Salmos 57.1)

O salmista parece estar em perigo. Ele teme. O salmo nos dá a entender que ele estava sob perseguição de inimigos. Ele está correndo risco de morte e clama a Deus por misericórdia. Sua alma quer abrigar-se em Deus. Ela precisa de proteção. A necessidade de proteção alcança a todos nós, pois viver é arriscado. Mas o mais comum dos riscos é facilmente ignorado: o de nos tornar quem não gostaríamos realmente de ser, de perder a vida permanecendo vivos.

Vivemos tão preocupados com tantas coisas que deixamos de lado nossa contabilidade existencial. “Quanto ganhamos” costuma importar mais do que “quem nos tornamos”. Há um risco permanente de nos corrompermos, abandonando valores verdadeiros por lixo pintado de ouro. Há o risco de agirmos com presunção, desprezarmos outros, sermos egoístas, perder tempo, encontros, pessoas ou a sinceridade. Tipos de perdas que nos empobrecem, não importa o que ganhamos.

Precisamos pedir abrigo sob as asas de Deus. Não é necessário esperar que o inimigo chegue perto, basta nos lembrar que corremos estes riscos e suplicar por misericórdia. Precisamos que Deus nos guarde, inclusive de nós mesmos. Há o risco ainda de não aceitarmos Sua proteção, como fez Jerusalém nas palavras de Jesus: “quantas vezes eu quis proteger seus filhos, como a galinha aos seus pintinhos, mas vocês não quiseram.” (Mt 23.37) Que não cometamos o mesmo erro.

 

 

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