Nos Caminhos da Sabedoria

Hamilton Farias de Lima, professor universitário.

“A persistência é o caminho do êxito”, Charles Chaplin (1889-1977).

De tudo se tiram lições: na alegria, na tristeza, no trabalho ou fora dele, na dor e no prazer, na juventude e na velhice, enfim a todo instante e em qualquer lugar. Ou não é, assim, o caminho para se atingir o plano da sabedoria?!

Texto de autor desconhecido afirma que uma pessoa buscou Sócrates e foi logo dizendo que tinha um relato a fazer sobre um amigo dele. Respondeu-lhe o sábio grego: “antes de ouvir você proponho-lhe um filtro triplo, após o que passarei ou não a ouvi-lo”. “Tudo bem, disse a pessoa, mas não conheço nenhum triplo filtro”!

Disse Sócrates: “é simples e mesmo não fosse um amigo meu, a fim de que eu ouça alguma coisa dele, terei de usar um filtro com três condições, e a primeira diz respeito à Verdade!” E perguntou-lhe: “é verdadeiro o que você vai me falar?” E a pessoa respondeu: “Não sei, não tenho certeza, apenas ouvi outra pessoa falar sobre o seu amigo”!

“Por que, retrucou Sócrates, deverei ouvir aquilo que não tem veracidade, mesmo que não sendo digna de respeito a pessoa a quem se atribui a questão”?!  E, a seguir, continuou o sábio: “não tenho porque ouvir você, já que a Verdade não está assegurada e foi, portanto, negada”!

E prosseguiu, “mesmo fosse verdadeira, apresentaria o segundo filtro, o da Bondade, no propósito a lhe dar ouvidos”. E perguntou-lhe então: “É bom para mim o que você tem a dizer sobre o amigo meu?” E a resposta foi, “não é nada bom, é desagradável”!

Veja, disse Sócrates, “você já afirmou que não é verdadeiro e, agora diz ser desagradável, e lhe pergunto: por que dar ouvidos àquilo que poderia estragar o meu dia e viver, por não ser nem verdadeiro, nem bom”?!

E acrescentou: “bem que poderia parar por aqui, no entanto, vou explicar sobre o terceiro filtro, no propósito de que nossa conversa tenha finalidade construtiva, é o filtro da Utilidade”.  “O que será dito, terá para mim e para você algo útil? Vai acrescentar alguma coisa à minha sabedoria e um pouco mais de credibilidade sobre o meu amigo”?  A resposta do interlocutor a Sócrates foi simples e clara “Não vejo utilidade para mim ou para você”!

Assim sendo, afirmou o filosofo grego, “findou-se nossa conversa, pois o que devemos acumular na vida é sabedoria”! (Todos negritos do autor).

O povo brasileiro e de modo especial sua juventude, ciosos por uma Nação a desenvolver-se em pressupostos atrelados à verdade e à justiça social, entendem que os destinos ousados e necessários são traçados muito mais apropriadamente com sabedoria, esta filha da experiência boa e útil, do que pelos espasmos ocasionais e aventurescos, como registram fatos históricos recentes da realidade dos últimos anos na terra de Pindorama.

Para um futuro de grandeza é necessário pensar criticamente os fatos e aí, por ser simples e oportuno, além de sábio, aplicar-se o triplo filtro socrático a cada interlocutor, senão para acumular sabedoria, mas, pelos menos, a separar o “joio do trigo” e dar novos destinos à pátria-mãe!

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