“O juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis”, Platão (428 a.C -347 a.C)
Na atualidade brasileira, não se faz necessário maior esforço para se aquilatar o que o povo pensa da justiça no país, seja pela dificuldade de acesso, em decorrência dos seus trâmites ou pela demora dos julgamentos. Em contraponto, há que se observar a existência de fatores impeditivos ao seu pleno funcionamento que vão de infraestrutura desatualizada, recursos humanos insuficientes e às carências em meios outros que limitam os serviços nobres da justiça.
Mesmo com inúmeras dificuldades, em que mais de 100.000.000 (isto mesmo, cem milhões!) de processos aguardam nos escaninhos do judiciário os seus devidos encaminhamentos – o que significa a media de 1 processo para cada 2 habitantes do Brasil-, há que se louvar o esforço daqueles que, no Judiciário, Ministério Público e Policia Federal, a despeito de todas as dificuldades, perseveram na crença da lei e aplicação da justiça.
A esses, em face da relevância de suas ações, há que exaltá-los!
Mais que tudo são reais paladinos, pois representantes de uma nova realidade manifestada pelo cumprimento do dever em sintonia com os reclamos da sociedade contra a corrupção, má gestão e incompetência, ao levar às barras dos tribunais aqueles até então inalcançáveis e poderosos que, insanos, se julgam acima de todos e do ordenamento jurídico brasileiro.
A cultura dos “jeitinhos”, “pagamentos por fora”, “carteiradas” (“sabe com quem está falando?”) têm sido ao longo do tempo marcas registradas da conduta social de muitos brasileiros, derivada em parte por falta de uma educação fundamentada em princípios e valores morais e, por outro lado, pela impunidade reinante em face tais realidades.
A Operação Lava Jato, levada a efeito pela Justiça Federal do Paraná e com as participações do Ministério Público e Policia Federal, está desmitificando muitas das mazelas que envergonham a consciência da gestão pública nacional, pelas falcatruas de alguns encastelados no poder, em boa hora quebrando-se o falso paradigma “de que o crime compensa” e que a justiça não alcança os poderosos.
Há um sentimento novo e vigoroso nos caminhos da cidadania brasileira, a partir do exemplo marcante do eminente Juiz Sergio Moro e toda a equipe localizada em Curitiba, que induz a nação perceber que “não há mal que sempre dure ”e, mesmo nos momentos mais tenebrosos, há inspiração e determinação para superá-lo com desprendimento e na forma da lei.
Que esta nova Pedagogia venha a se espraiar na terra “em que se plantando tudo dá”, que se consolide naturalmente, forjando consciência ética e moral, na perspectiva de que igualdade de tratamento gera equilíbrio, além de se constituir anseio de milhões de brasileiros sob a égide de que todos são iguais perante a lei.