Por Luiz Oss/ O Sollo
Após o massacre ocorrido no presidio de Manaus, o caótico estado em que se encontra o sistema carcerário brasileiro entrou na pauta de discussões da sociedade, sendo minuciosamente debatido por especialistas, formadores de opinião e leigos, por meio de vários veículos de comunicação.
Contudo, as supostas estatísticas do número exato daqueles que compõem a classe carcerária no país são apenas conjecturas. De acordo com o presidente do IBGE, o economista Paulo Rabello de Castro: “O sistema de informações dos presídios brasileiros se parece com um queijo suíço: cheio de buracos. Ninguém sabe quantos presos há no Brasil nem os detalhes de cada região. São muitas falhas, muitas manipulações. Trata-se de um tema de política social bastante sensível tratado de uma forma completamente desintegrada: temos 27 unidades da Federação e cada uma delas cria sua estatística à sua moda”, afirmou o diretor.
Portanto, nenhuma autoridade do país tem precisão da estimativa de presos que existem no Brasil. No dia 20 de dezembro, Paulo Rabello de Castro havia se encontrado com a presidente do STF, Cármen Lúcia, a fim discutir a respeito da elaboração de um recenseamento neste sentido, 12 dias antes do massacre.