O município de Nilo Peçanha, no baixo-sul da Bahia, é um perfeito retrato da educação no Brasil. Uma comissão composta por promotores estaduais e procuradores federais traçou um diagnóstico das 50 escolas públicas do município e descobriu o que havia por lá: os professores não apenas davam aula, também eram responsáveis pela limpeza das escolas e preparo da merenda dos alunos.
Quadro apoiado em mesa esconde buraco na parede.
Escolas não têm água potável, energia elétrica, banheiros, mesas e cadeiras. Na Brincando e Aprendendo, por exemplo, falta até parede e a merenda é preparada na casa do vizinho. Apesar dessa realidade, o município recebeu R$ 5 milhões em verbas federais para a educação.
O procurador da República, Eduardo El Hage, solicitou à Controladoria-Geral da União (CGU) uma radiografia para descobrir como esse dinheiro foi aplicado. Segundo ele, o levantamento nas escolas tem o objetivo de identificar as dificuldades encontras e apontar soluções a serem tomadas pelo poder público e a comunidade.
A Secretaria de Educação de Nilo Peçanha terá até dia 21 para apresentar um relatório com as providências tomadas diante do caos identificado no município. De acordo com o Ministério da Educação, Nilo Peçanha está entre os 10 municípios com os piores desempenhos na educação básica (Ideb).
Fonte: Pimenta na Muqueca