Sou de um tempo em que o Natal era uma época de pouco consumo, já havia árvores de Natal artificiais, mas muitos preferiam trazer para casa uma de verdade (algo que, nesta época de atitudes politicamente corretas e de consciência ecológica, não é mais possível).
As bolas para enfeitar a árvore eram extremamente frágeis, pois eram feitas de um material muito fino e quebravam à toa, não existiam shopping, e sim a rua Chile, havia apenas algumas luzes espalhadas, nas lojas das ruas que era uma extensão da festa, mas com o tempo a decoração foi ficando cada vez mais complexa.
O poeta chileno Pablo Neruda disse certa vez: “Se nada nos salva da morte, ao menos que o amor nos salve da vida”. E o Natal deve trasmitir o que Jesus ensinou: “Amar ao próximo como a si mesmo”. É um momento de reflexão também. Para renovar os laços familiares e as convicções relogiosas.
Neste dia parece que todos procuram o bem, e também as pegadas dos entes que partiram e que no passado participaram da ceia natalina. Deixemo-nos guiar por um caminho percorrido pelo sagrado há mais de dois mil anos atrás, e que, durante este dia , que é uma festa, pensemos no menino Jesus, não só nos presentes.
Rezemos para os vivos e os mortos. Os dias após o 25 de dezembro, que todos nós fiquemos do lado correto, apesar de saber que a vida é um pêndulo, o caminho entre o bem e o mal é curto e traiçoeiro.
Espero que está noite de Natal seja um destes raros dias sem nuvens, de céu estrelado e que a estrela de Natal relembre o nascimento de Jesus, e o silêncio da noite toque no infinito.
Neste dia sagrado, tudo é tanto, tudo é tão fundo, tudo é tão sagrado. Do fundo de tudo, calada, a noite seja a consagração a Deus. O entardecer seja espetacular e que o sol do fim de tarde baixe rumo ao descanso bloqueando a passagem do tempo e os únicos sons sejam a respiração de quem está rezando, o vento que corre através da janela e o brilho de um momento tão raro e precioso, onde o caos do mundo é abandonado para oferecermos consolo e compaixão a tantos que precisam de paz.