“Todos os publicanos e ‘pecadores’ estavam se reunindo para ouvi-lo. Mas os fariseus e os mestres da lei o criticavam: “Este homem recebe pecadores e come com eles.” (Lucas 15.1-2)
No capítulo em que lemos estes versos Jesus conta três parábolas. Ele esta na companhia de quem sempre costumava andar com ele: publicanos e pecadores. Mas lá estavam também os fariseus e mestres da lei. E fazendo o que sempre costumavam fazer: criticar Jesus. Então Jesus conta, não apenas uma, mas três parábolas e todas falando de algo perdido que no final é recuperado: a ovelha, a dracma (moeda) e o filho. A ovelha estava perdida e condenada a morte mas o pastor a busca e salva. A moeda estava perdida e por isso desperdiçada, mas a mulher a procura, encontra e recupera. O filho estava perdido, sem amor e sem ter para onde ir. Mas o pai o recebe, perdoa e restaura com grande amor.
Diz o texto que “todos os publicanos e pecadores estavam se reunindo” para ouvir. Eles iam a Jesus porque eram bem vindos. Os fariseus e mestres da lei o criticam por “recebe-los e comer com eles”, o que indica que Jesus ficava à vontade com eles, como fez com a samaritana (João 4). Em Lucas 19 Ele passa por Jericó e hospeda-se na casa do chefe dos publicanos – Zaqueu. E lá declara que veio justamente para buscar e salvar o que se havia perdido (v10). Jesus sabe como lidar com pecadores. Mas nada pode fazer por aqueles que justificavam-se e confiam na própria justiça.
A consciência de perdição é fundamental na experiência cristã. Só é salvo quem se percebe perdido e só vive corretamente a fé quem se reconhece pecador. É esta consciência que nos mantem olhando corretamente para Cristo e para o nosso próximo. A falta dela nos cega e produz o orgulho. Saber que estamos perdidos nos quebranta para a salvação e saber que somos pecadores nos quebranta para a santificação. Uma santificação que resulta da obra do Salvador e coloca em nossos lábios a mesma declaração feita por Paulo: “Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores e mudar suas vidas. Eu sei porque Ele está fazendo isso comigo, o pior pecador” (1Tm 1.15). E aí nossa vida e nossa voz tornam-se testemunho do Cristo que perdoa, ama e transforma pecadores.