“Muito louco”

“‘Então, que farei com aquele a quem vocês chamam rei dos judeus?”, perguntou-lhes Pilatos. ‘Crucifica-o’, gritaram eles.” (Marcos 15.12-13)

História da Salvação é como os teólogos chamam o desenrolar da revelação bíblica, cujo ponto central é Jesus. Ela é intrigante e sem sentido para a mente descrente. Somos chamados à piedade, ao temor a Deus, a nos deixar tocar pelas poderosas revelações que brotam das cenas dessa história. Estamos terminando o Evangelho de Marcos e diante do “julgamento”, se assim podemos chamar, de Jesus. Analisemos a cena: líderes judeus e povo em geral de um lado; Pilatos, governante romano e sua corte do outro; Jesus no meio, sendo por eles julgado. Vamos refletir um pouco sobre os personagens dessa cena.

À multidão, Pilatos e sua corte eram pessoas como nós. Habitados por limitações, dúvidas, incertezas, sujeitos às circunstâncias e ignorantes quanto ao futuro. Jesus, diferente. O Filho de Deus, que acalmou o mar, multiplicou alimentos, ressuscitou mortos, enfrentou o Diabo, curou enfermos e predisse tudo que estava acontecendo. Que na oração do Getsêmani nos deixou saber que estava ali por submissão e não por imposição. O desenrolar dos fatos oculta muitas verdades. O inocente parece culpado, o poderoso se deixou dominar pelos fracos, o Santo pelos pecadores. Pilatos acha que pode decidir e a multidão tem certeza do que deve ser feito. Uma inversão capaz de confundir terra e céus estava em curso. Naquela cena só Jesus sabia a verdade sobre os fatos: “Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16)

Jesus se colona nas mãos dos homens para morrer e assim nos dar Vida. Ele toma o nosso lugar para que possa nos levar ao Seu lugar. Recebe o julgamento merecido por pecadores, para dar-lhes a absolvição que é direito apenas dos santos. Ser cristão é “ver” isto e crer. E crendo, submeter-se, quebrantar-se, maravilhar-se por tão grande e sublime salvação que Cristo realizou. Incompreensível, pois retrata a própria contradição que o pecado introduziu na história, mas cujas sublimes verdades nos alcançam, como raios de luz que invadem um quarto escuro pelas frestas da porta. Esse quarto é nossa vida. Abrir a porta é um ato de fé. Ser cristão é segurar a maçaneta e abrir a porta. Todos os dias.

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