Morte na Pandemia

Morte na Pandemia

José acordou com febre e dor de garganta. Uma tosse seca e curta o fez se levantar antes mesmo de abrir os olhos.

Ele ficou sentado, de olhos embotados. O dia estava quente.

Ele deu outra tossida e saiu da cama. Suas mãos tremiam.

Cambaleando, saiu do quarto e emergiu no dia ensolarado feito um animal atordoado. O sol nervoso já escaldava o céu sem nuvens.

Sentia-se tão fraco que escovar os dentes era como correr uma maratona.

Suas pálpebras pendiam,cansadas e derrotadas.E estava com 43 anos de vida. Ao sair de casa, o suor pingava da sua testa.

Estava pegando fogo. A febre devia ter chegado a uns 38 graus, no mínimo. A dor de cabeça era quase insuportável.

Sem leito e sem vaga, sem diagnóstico do que tinha.

“E agora José, José para onde? Você que é sem nome, você marcha José! Para onde?”

*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe semanalmente no site www.osollo.com.br.

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