Morte de menino baiano atingido por tiro da PM completa um ano

Garoto Joel foi baleado em operação policial no Nordeste de Amaralina. Ele estava dentro de casa quando a bala atravessou janela do quarto.

A morte do menino Joel Conceição Castro, de 10 anos, completa um ano nesta segunda-feira (21). O garoto morreu durante uma operação da Polícia Militar no bairro Nordeste de Amaralina, em Salvador.

No domingo (20), cerca de 200 pessoas, entre familiares e amigos da vítima, fizeram uma caminhada no bairro para lembrar do caso e pedir justiça.

O menino foi atingido por um tiro no rosto quando se preparava para dormir na casa onde morava com os pais. Segundo a família, Joel estava próximo à janela do quarto quando a bala atravessou a estrutura de madeira e o atingiu.

O garoto ficou conhecido por participar de uma propaganda do Governo da Bahia sobre turismo no estado. Ele aparece jogando capoeira, esporte que o tornou popular na comunidade onde morava.

De acordo com o laudo do Departamento de Perícia Técnica (DPT), os disparos que atingiram o menino foram feitos por um dos soldados que há 14 anos integra a corporação. Ele e outros oito policiais que participaram da ação estão afastados das atividades nas ruas. Segundo assessoria da Polícia Militar da Bahia, os policiais foram transferidos para funções administrativas durante o período de investigação até que o julgamento seja realizado

Audiência

A Justiça de Salvador realizou no dia 17 deste mês a segunda audiência introdutória (instrução) sobre o assassinato do garoto Joel.

Dezoito testemunhas de defesa e acusação foram ouvidas pela juíza Vera Lúcia Medauar (fase do sumário de culpa) no 2° Tribunal do Júri Sumariante, no Fórum Ruy Barbosa. De acordo com Silvio Santana, conhecido como Mestre Falcão, ex-professor de capoeira do garoto, dois ônibus com amigos do bairro foram acompanhar a audiência junto à família de Joel.

A primeira audiência do processo ocorreu no dia 13 de outubro e foi realizada pelo juiz Ernani Garcia. Na ocasião, foi ouvido o irmão da vítima, Jaderson Castro, de 21 anos, que socorreu Joel logo após ele ser baleado, além dos pais da criança.

Os depoimentos dos familiares são enquadrados em “termos de declaração” porque não são considerados testemunhas devido ao parentesco. Entretanto, tudo que é dito por eles no depoimento também é considerado pelo juiz, que atribui valor.


Fonte: G1

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