“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13.4-7)
Tenho lutado toda minha vida para viver uma vida correta, para ser capaz de agir como cristão. Não sou o único. Mas preciso confessar que minha história é marcada por muitos fracassos e de vários tipos. Não sou perfeito. Mais que isso: sou falho e culpado de muitos erros. Acredito que também não sou o único. Nas Escrituras encontramos diversos ensinamentos sobre retidão e também ensinamentos sobre o amor. E os dois são intimamente relacionados. Mas nem sempre percebemos isso! E pior: temos em nossa história uma ênfase na moralidade e uma falta de ênfase no amor. Resultado: fracasso em ambos! Esquecidos do amor, fracassamos na moralidade. Porque, na fé cristã, o amor é o fundamento de tudo mais.
Fracassamos em agir corretamente porque fracassamos em amar. Quanto mais e melhor amarmos, mais e melhor viveremos e agiremos. Seremos mais pacientes para lidar uns com os outros, evitaremos criar caso e resistiremos a agir de forma mesquinha devido a inveja, presunção ou orgulho. Quando tivermos problema com alguém (e temos!), escolheremos superar a mágoa em lugar de guarda-la na alma. Preferiremos a justiça à vantagem ou à vitória, pois não nos alegraremos com a injustiça. Preferiremos a verdade e aprenderemos a sofrer, se necessário, o que é um grande sinal de maturidade neste mundo injusto. Creremos mais, saberemos esperar e estaremos capacitados a suportar a imprevisibilidade tanto quanto a lentidão que tantas vezes caracterizam a vida.
Precisamos reorientar nossas prioridades. No topo da lista precisa estar nossa decisão de aprender a amar. Amar é agir como quem ama. E quem ama não faz o mal contra o próximo. Quem ama sempre encontra razões para fazer as escolhas certas, num mundo com tantas pressões, em que mais se busca “o que dá certo”. O amor é o segredo da vida cristã e sua verdadeira evidência. A moralidade é apenas um ator coadjuvante, que depende das falas e das ações do principal, o amor. É amando que viveremos uma moralidade sustentável e cristã, que não nos consumirá com as lutas da autonegação, mas nos inspirará a doar, inclusive nos momentos em que precisamos nos negar. Não se trata de fazer tudo certo, mas de amar, e deixar que o amor nos conserte.
ucs