A miséria que vai por este país, fruto de uma longa esperança desejada, mas que nunca chega em toda a vida, assume, às vezes, aspectos profundamente patéticos. Estamos, afinal de contas, mais ou menos habituados a ver gente sem ter o que comer, alienada como na cracolândia, que só chama a atenção por estar em um estado como São Paulo, com renda per capita elevada. E o interior do país revela, principalmente no Nordeste, que a fome é uma terrível praga em estado endêmico, uma praga que deu o nome a um dos quatro cavaleiros do Apocalipse e que soletra F-O-M-E.
E isso não é nada. Se formos verificar mesmo a fundo o estado de carência em que vive a maior parte da nossa população menos privilegiada, o pessoal dos subúrbios e morros, adianta dar esmola? A pessoa dá porque tem um trocado no bolso.
A miséria está ao longo do Amazonas, no interior da Bahia, nas favelas cariocas e nas cidades pequenas do sertão. Miséria sórdida, inimaginável, alentada progressivamente pelo problema da prostituição das mulheres pobres.
De acordo com a Kinitro, o índice de miséria no Brasil em 2024 deve ser de 11,5%. Já para 2025, a estimativa é de 11,8%. O Brasil é o segundo país do G20 com maior proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza internacional, que é de US$ 2,15 por dia. A Índia é o país com maior proporção, com 12,9% da população abaixo dessa linha.