Membro titular da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos deputados, Jutahy Magalhães Jr. (PSDB-BA) afirmou neste domingo (2) que tende a votar favoravelmente à denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva, contra o presidente Michel Temer.
“Eu sou membro da Comissão de Justiça Eu terei que tomar uma posição nas próximas semanas em relação ao acatamento ou não da denúncia contra o presidente Temer. Eu já li toda a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República. Eu acredito, não é uma decisão, mas a minha tendência, os indícios são suficientes para a instalação de uma ação penal”, declarou. O parlamentar acrescentou que somente “fatos novos” poderiam mudar essa perspectiva. “Eu tenho o dever de ouvir a defesa do presidente Temer e se apresentar fatos novos que possam mudar essa minha tendência.
Mas hoje minha tendência é votar pela abertura do processo”. Entre os indícios que diz ter identificado, o tucano cita a forma como o sócio da J&F, Joesley Batista, responsável pela delação que levou à apresentação da denúncia, foi recebido no Palácio do Jaburu pelo presidente. “Eu acho que o presidente Temer jamais poderia ter recebido o Joesley da forma que recebeu. Então acho que se você não tiver uma demonstração de que essa gravação foi forjada, foi manipulada, é muito difícil você não instaurar uma ação penal”, argumenta. Jutahy garante ter liberdade para expressar seu voto – apesar de manifestações in ternas contrárias, o PSDB ainda se mantém na base do governo.
“Há uma decisão dentro do partido de que cada deputado federal faça um exame de consciência. Eu vou dar um voto de consciência pessoal baseado em uma análise técnica. Nós não somos juízes para dar uma sentença. Nós somos parlamentares, que autorizam ou não a abertura de uma ação penal. Eu não estou dizendo que ele é culpado ou inocente”.