“O inferno está vazio, todos os demônios estão aqui ” William Shakespeare.
Alguém que visse nosso planeta do espaço jamais imaginaria nossos dramas humanos e o desespero vivido, o redemoinho insensível, estes horrores que habitam a escuridão de alguns seres humanos. O que leva bilhões de neurônios a terem este tipo de sinapses, para viverem no caos e não se abalarem com situações sórdidas, vivendo nas trevas? Não tenho resposta, mas querendo ou não a humanidade é assim, temos uma zona cinza e instável onde o pior habita e destrói qualquer tipo de humanidade no ser humano. Como o “serial killer” do Distrito Federal, que está mobilizando há dez dias duzentos policiais, a sua procura.
Este tipo de criatura tem o pior sobre a terra, trazem consigo ódio, dor e sofrimento aonde quer que vão, a ideia de morrer não assusta. Num só espaço mental tem a miséria e a falta de consciência, são olhos que veem sem olhar e basta as vezes tocar a carne viva de um trauma do seu passado para o horror aparecer. Não quero buscar esclarecer o mistério destas almas e nem entender este absurdo, tenho apenas que aceitar o inexplicável, mas o roteiro deste inexplicável é quase sempre o mesmo, uma vida em condições medonhas, difíceis, sem escolas e com drogas. As vezes chovia furiosamente, às vezes a lua brilhava as vezes o céu ficava parado e fechado, sem luz e sem chuva. Mas na terra humilde, a noite era sempre a mesma. As casinhas, à margem das ruas esburacadas, estavam alumiadas por lanternas. É um efeito triste, colorido, de uma luz pobre. Nas janelas e nas portas se penduravam as estrelas mas ninguém via sua beleza e sim sua solidão triste.