As pessoas se sentem tranquilizadas quando veem um menino que ainda não tem idade para ser bandido, mas quais os parâmetros dos outros meninos, aqueles que deram certo, saúde, vida em família, diversão, aventuras, independência, sucesso profissional, um menor infrator, de até dezessete anos, sonhou com isto aqui no Brasil? E ele pensa: O mundo falhou para mim, eu falhei para o mundo. O que me resta?
A identidade, com o adjetivo latino, idem, o mesmo, seguido do sufixo -dade, no sentido de atribuir uma qualidade. Identidade é assim, o caráter, que ele não tem, a verdade de uma pessoa, traduzida por sua história, valores, e princípios, só tristeza e desconexão com o amor, profissão não tem e suas crenças são as drogas e a alienação, onde sua imagem é vista com desconfiança pela sociedade. Vejo menores pobres pelas ruas de Salvador, no olhar parecem que os olhos aumentam e ficam parecidos com os dos cachorros que te olham quando batemos neles sem saber por quê.
Quanto maior o raio de influência de um indivíduo, mais sua vida interessa, impressionado e causa efeito, mas este adolescente tem apenas uma escolha, lutar para não morrer, o seu raio de influência é ser alvo dos traficantes de drogas e dos ladrões, alguns conseguem sair deste círculo nefasto. Eles são apenas uma vírgula, no meio da insensatez da nossa sociedade.