Tudo o que está vivo está em movimento e em constante processo de evolução. Morrer é parar de evoluir e ficar inerte. O filósofo Sócrates, quando condenado à morte, foi perguntado se tinha medo da morte. Ele disse: “não! Pois, se existir algo, quero saber o que é; se não existir, por que ter medo?” Não há como não morrer. A qualquer momento, o fio frágil em que balançamos pode se romper e mergulhamos no desconhecido. Lentamente, ele se sentou na cama. Os tormentos haviam recomeçado, mais uma vez fadado a ficar sozinho, deitado por horas e horas, dor e medo no coração, sofrendo sofrimentos inúteis, pensando pensamentos inúteis, preocupando-se com preocupações inúteis. Sentimentos pesados e opressivos do sonho que o despertara o perseguiam: asco e horror, fastio, desprezo por si mesmo. Nunca ninguém esteve tão abandonado, tão completamente abandonado por seu próximo, do que quando está morrendo. Mais uma vez, como muitas outras, ele se lembrou da imagem de Jesus sofrendo no jardim de Getsemani, quando o medo da morte o sufoca, mas seus discípulos dormem, dormem. O mundo nascia continuamente, morria continuamente. Cada vida era um sopro exalado por Deus. Cada morte era um sorvo inalado por Deus.
“Ninguém perde outra vida senão a que vive agora, nem vive outra senão a que perde.” – Imperador Marco Aurélio.