Especialista em hanseníase diz: “a doença afeta a pele e nervos, mas tem cura”

Especialista em hanseníase diz: "a doença afeta a pele e nervos, mas tem cura"
A hanseníase tem cura, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) Foto: Lenio Cidreira/OSollo

O dr. Gabriel Paese, médico dermatologista, especialista do Programa de Hanseníase do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), relatou na manhã de quarta-feira (17/01) ao jornalismo d’OSollo informações pertinentes à hanseníase.

Segundo o site do dr. Drauzio Varela, “a hanseníase é basicamente uma doença cutânea, mas que pode afetar também os olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. Embora se pudesse imaginar que a bactéria penetrasse através da pele, é provável que a transmissão se dê pela secreção e pelo ar que saem das vias aéreas superiores e por gotículas de saliva.

Ao penetrar no organismo, a bactéria desencadeia uma luta com o sistema de defesa. Dependendo do resultado dessa batalha, após um período de incubação prolongado, que pode variar de seis meses a seis anos, o indivíduo poderá desenvolver uma doença, a hanseníase, que apresenta várias formas clínicas e diversos tipos de manifestações na pele”.

Conforme o especialista do CTA teixeirense, o principal sintoma é a famosa mancha branca, a qual apresenta alteração na sensibilidade. Diante deste aparecimento, ele recomenta que a pessoa procure um atendimento médico. “A mancha pode estar presente em qualquer lugar do corpo, não tem nenhum lugar específico, pode ser uma mancha única, isolada, ou, então, várias manchas pelo corpo e que vão disseminando com o passar dos anos, se o paciente não realizar nenhum tratamento”, informa.

Gabriel informou que, basicamente, existem duas formas de hanseníase, a transmissível e a não transmissível.”Isso vai muito da pessoa que contrai a doença, se a pessoa já tem algum tipo de imunidade, uma defesa contra a hanseníase, ela vai ser uma paciente que vai adquirir uma forma não contagiosa, uma forma paucibacilar. Caso ela não tenha nenhuma imunidade, nenhuma defesa contra essa bactéria da hanseníase, ela vai ser uma forma multibacilar, e esse paciente bacilífero é o contagioso, que contamina várias pessoas”, explica.

O tratamento é realizado, inicialmente, nos postos de saúde, depois, se houver qualquer tipo de sequela ou reação hansênica, esses pacientes deverão ser encaminhados ao Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e fazer uma avaliação mais detalhada, a fim de identificar o agente causador da reação e o melhor modo de tratar o problema.

Especialista em hanseníase diz: "a doença afeta a pele e nervos, mas tem cura"
Sandra Carolina Rocha Matos, enfermeira do Programa de Hanseníase, disse que o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase é 28 de janeiro. Foto: divulgação/CTA

A hanseníase tem cura, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que diz, a partir da primeira dose da medicação, o paciente que era transmissível, que passava essa doença para qualquer pessoa, ele não se torna mais transmissível, por isso, a grande preocupação é chegar nesse paciente o quanto antes, pra ele não transmitir para outras pessoas essa doença.

É possível que haja sequelas motoras, e o paciente fique com dificuldade de pegar qualquer objetos, de fechar as mãos, de fazer qualquer atividade diária, assim como dores em todos os nervos.

Sandra Carolina Rocha Matos, enfermeira do Programa de Hanseníase, disse que o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase é 28 de janeiro.  E que a data tem como objetivo esclarecer a população sobre a causa, os sintomas e o tratamento dessa doença que ainda assusta as pessoas e gera muito preconceito.

A hanseníase é conhecida como lepra, mal de Lázaro, é uma doença infecciosa, transmissível, mas tem tratamento e cura. Segundo a OMS, a maior parte da população é resistente à bactéria e não desenvolve a doença. As pessoas em tratamento podem levar uma vida normal no trabalho, na família e na sociedade.

“Em nossa cidade, iremos mobilizar as Unidades de Saúde para participarem desse dia Mundial de Combate juntamente com o médico responsável e toda equipe do CTA, disse ela.

2 COMENTÁRIOS

  1. Comecei a ter dormência nos membros inferiores no final de 2020. Plena pandemia e dificuldade para encontrar um profissional que ouvisse minha reclamação. Quando ouviam a resposta era, isto não é sintoma de covid, pode ficar tranquila. E assim passou-se um ano, quando a dormência que iniciou na ponta dos dedos de pés, já estava próximo do joelho, mal conseguia andar. Tamanha era a dor, as fisgadas, os choques. Teve um dia no início de fevereiro de 2022 que eu fui na minha UBSF e pedi para passar por acolhimento. A médica que me atendeu me perguntou a que eu precisava, respondi uma requisição para fazer eletroneuromiografia de membros inferiores. Então ela quis saber a razão de eu solicitar um exame deste tipo. Disse quque já estava cansada de falar meus sintomas e ninguém me dar atenção. Então ela pediu para examinar meus pés e pernas. Após, me disse, não posso dar um diagnóstico fechado, mas acredito que seja hanseniase. Entrei em choque. Ela me encaminhou para a Unidade Sanitária, me deu a requisição para o exame. Marquei a consulta e dia 25/02/2022, recebi a confirmação da doença após ter feito a baciloscopia, sou MB. Iniciei o tratamento dia 03/03/22. Mas, houve agravamento, pois tenho a forma neural pura. Já estou com espessamento de nervos. Mal consigo colocar os pés no chão. Além do PQT, que tive que tirar a dapsona, pois desenvolvi anêmona hemolítica, foi substituído por outro medicamento, que faço uso além da rifampicina e clofazamida. Já estou tbem fazendo uso de prednisona. Além de muitos outros medicamentos, pois sou epilética, tenho hipotireoidismo, tratamento para depressão, como emagreci muito, tomo tbem suplemento nutricional e ainda assim continuo emagrecendo. A hanseniase gera preconceito até entre os profissionais da saúde. Precisei operar catarata e o cirurgião não queria fazer por eu ser hansenica. Ainda eh muito difícil lidar com a doença e com o preconceito. Ah, moro em Santa Catarina, e não me enquadro no diagnóstico de tempo, proximidade e convívio para desenvolver a doença. Este é um desafio para mim. Minha cabeça martela dia e noite, como, quando, onde, por quem. Sei que não terei estas respostas. Então para mim cai por terra o estudo que preconiza que o contagio se dá por convívio próximo e prolongado. Nenhum dos meus familiares tem a doença. E convivo com eles direto, tem mais de 10 anos.

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