O atraso salarial dos médicos do Hospital Regional Luís Eduardo Magalhães (HRDLEM), em Porto Seguro, novamente é assunto.
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A administração da unidade hospitalar é terceirizada pelo Governo do Estado, ficando sob responsabilidade do Instituto de Gestão e Humanização (IGH), e, em vídeo gravado pela médica Raissa Soares, que atua na linha de frente do combate à covid-19 no município, há mais uma prova de que o problema é recorrente.
No vídeo que dra. Raissa Soares divulgou em seu Instagram na quinta-feira, 18 de junho, a médica pontua a relevância do HRDLEM, segundo ela, o “hospital que sustenta toda região de Porto Seguro para o cuidado grave”, referência na cidade e no Sul da Bahia, pois atende diversas áreas como ortotraumatologia, neurocirurgia, infarto agudo do miocárdio, AVC, cirurgia geral, dentre outras.
O relato já foi visto por quase 3 mil pessoas somente em seu perfil e tem sido muito compartilhado em diversas redes sociais. Nele, ela conta como o atraso salarial é constante na unidade. “Estou compartilhando com vocês algo que tem sido motivo de angustia, de decepção, para os meus colegas, que eu me incluo nessa lista, nós estamos trabalhando há mais de 90 dias sem receber, existe atraso de pagamentos, há mais de seis meses não se paga o salário em dia”, disse.
Ela esclareceu como tem sido feito o pagamento por parte da IGH: “As autoridades, o estado, a empresa que está gerenciando esse hospital, que é chamada IGH, ela espera 60 dias e antes de vencer 60 dias, ela vai lá e paga”, e prossegue: “todo mundo trabalhando muito e sem nenhum reconhecimento mesmo na vigência de uma pandemia”.
A profissional deu o recado e fez um pedido de ajuda: “Se você está me escutando e tem autoridade para isso, por favor, eu estou fazendo um apelo, isso é uma irresponsabilidade administrativa, de gestores maiores. Se esse hospital é do estado, por favor, estado, assuma, resolva este problema”. Ela comentou que o “sindicato tem tentado fazer algo por nós, mas o grupo está cansado com pacientes de corredores cheios”.
Emocionada, a médica detalha que sai cedo de casa e só volta às 23 horas, “trabalhando pelas vidas”, e, de novo, faz o apelo: “Por favor, resolva isso, é um descaso com a classe médica, descaso com o hospital regional e um descaso com todos nós envolvidos com essa epidemia, que estamos colocando nossa vida em risco e a de nossa família. Você que me escuta e tem autoridade pra resolver, resolva isso, porque é a na caneta sim. Você que é a pessoa que está lá em cima e assina, resolva isso em respeito à classe médica”.
OSollo entrou em contato com a Assessoria de Comunicação do HRDLEM, que esclareceu que a médica não faz parte da equipe do Luís Eduardo e entende que a profissional está se solidarizando com os médicos do hospital, mas que há um erro na fala da médica quando ela afirma que são três meses de atraso. “Os médicos estão com 1 mês de salário atrasado (referente ao pagamento vencido no dia 20 de maio)”, diz a nota enviada à nossa Redação.
No texto, a Assessoria informa que a “diretoria do HRDLEM está buscando pela regularização junto à Sesab, que solicitou algumas deliberações para repasse da verba e esperamos nos próximos dias receber o valor para efetuar o pagamento”.
E conclui: “A diretoria se preocupa com a situação dos profissionais que merecem nosso máximo respeito e reitera o compromisso de solucionar os atrasos com a Secretaria de Saúde da Bahia”.
OSollo também buscou contato com a Sesab por meio da Assessoria de Comunicação do Governo do Estado e recebeu a seguinte resposta:
“A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia faz pagamentos regulares e consecutivos a todos os fornecedores, inclusive, ao Instituto de Gestão e Humanização (IGH), que é responsável pela gestão do hospital estadual em Porto Seguro, o que inclui recursos humanos e insumos. Neste mês foram pagos mais de R$ 3,9 milhões”.
Segundo a SecomBA, “em virtude das denúncias, a Sesab contatará a entidade para apurar as circunstâncias do atraso dos salários”.
Marcada em diversos comentários, a prefeita de Porto Seguro, Cláudia Oliveira, respondeu “me empenhando” a uma pessoa que disse “@claudiaoliveiraoficial, ajuda esses profissionais aí, você tem contato com o governador”.
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