Todos os anos que vive fazem parte de tudo que sou, estão aqui, e se tivesse de colocar sete momentos representando cada dez anos de vida, o primeiro seria o período que passei em Brotas ainda bebê, na av. D. João VI, sem muitas lembranças, mas com muitas fotos por ser o primeiro filho. Porto Seguro, a primeira viagem pela Viação Cruzeiro do Sul, uma cidade onde meu pai foi Juiz de Direito, quatro anos depois a vida no bairro de Nazaré, com os primos, uma fase boa, o segundo momento seria o início na faculdade de Engenharia Civil, com a descoberta das derivadas e vetores, lembro do professor “Pato Rouco” de Matemática Básica, onde ampliei meu mundo, as festas na faculdade e os namoros o terceiro, a vida como funcionário no Banco do Brasil, com a viagem para Irecê, onde a viação Cristo Rei era conhecida como “Cristo o passageiro e Rei o proprietário”, pelo mau serviço prestado, e depois na agência centro, com Lula, Cintia, Camilo, Evandro, Gonzaga, Bacelar a quarta o casamento e os dois filhos, Lucas e João a quinta o período na Justiça do Trabalho, como Juiz Clássista e perito a sexta a morte de meu pai e todas as suas consequências na minha vida, e estes últimos seis anos a meta de ler e escrever até o fim de minha existência.
Hoje, continuar me apaixonando por cada nova versão do que sou, com mais coragem e menos medo do que virá, isto se chama fé, e esse é o melhor sentimento do mundo. Tem coisas que a gente só entende, de fato após seis décadas de vida. Não quero deixar que o crepúsculo tome conta da minha alma. Quero luz e vida.