“Pois dia a dia me procuram; parecem desejosos de conhecer os meus caminhos, como se fossem uma nação que faz o que é direito e que não abandonou os mandamentos do seu Deus. Pedem-me decisões justas e parecem desejosos de que Deus se aproxime deles.” (Isaías 58.2)
Jesus certa vez foi ao templo e alguns chefes da Lei e mestres religiosos se aproximaram para conversar. Então o Mestre lhes contou uma parábola: um pai tinha dois filhos e pediu que ambos fossem trabalhar em sua vinha. O primeiro disse: sim pai, eu vou; mas não foi.
O segundo disse: não, eu não quero ir; mas depois foi. E então Jesus lhes perguntou: qual dos dois fez a vontade do pai? Eles responderam: o primeiro, que disse que não iria mas foi! E Jesus então lhes deu uma dura lição dizendo: “Digo-lhes a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus.” (Mt 21.31) O que Jesus estava querendo que entendessem é o mesmo que Deus estava falando por meio do profeta Isaías.
Os israelitas estavam, assim como os chefes da lei e os mestres religiosos, envolvidos com o templo e os sacrifícios. Eles praticavam seus programas que envolviam jejuns e orações. Mas suas atitudes não eram equivalentes a quem estava andando humildemente diante de Deus e procurando agir conforme Sua vontade. Suas relações sociais eram marcadas por desamor, eram opressivas. Eles só se importavam consigo mesmos, com suas próprias necessidades. Muitos deles tratavam mal os empregados de suas lavouras e acumulavam para si riquezas e eram completamente insensíveis para com aqueles que passavam necessidades.
Eles tinham aparência de quem vivia fielmente diante de Deus, mas o modo como tratavam o próximo revelava que estavam distantes.
O texto de Isaías foi escrito sete séculos antes da chegada de Jesus, e já falava do caráter comunitário do relacionamento com Deus. Não podemos nos relacionar com Deus e isso em nada mudar o nosso relacionamento com as pessoas. Nosso culto é sem valor se “tratamos” amorosa e respeitosamente a Deus, mas não demonstramos respeito ou amor por nosso próximo. O pecado é o que nos afasta de Deus e nem sempre somos sensíveis para percebê-lo e abandoná-lo. Os israelitas estavam agindo como o segundo filho da parábola de Jesus. Por meio de seus compromissos religiosos estavam dizendo “sim” a Deus, mas pela maneira como tratavam o próximo estava dizendo “não”. E nós? O nosso sim é de fato sim? O que dizemos a Deus se confirma no modo com tratamos o nosso próximo?
ucs