Após denúncia anônima de moradores, a polícia encontrou o corpo de um bebê de dois meses, em estado de decomposição, na casa da própria mãe, na Rua 12, bairro de Castelo Branco, Salvador. Na tarde de ontem, policiais da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Derca) chegaram até o local e encontraram o bebê enrolado em cinco sacos plásticos, dentro de um balde, embaixo de uma pia.
Questionada pelos policiais sobre a morte do filho, Patrícia da Silva Oliveira, 24 anos, disse que não tinha dinheiro para enterrar, deixando a vítima por cerca de oito dias na própria residência. Em depoimento, ela contou que o bebê teria ficado internado em uma maternidade por cerca de dois meses. Ao retornar para casa, ele teria passado mal.
Ela afirmou ter chamado a Samu, que constatou o óbito. Ainda segundo a mãe, desesperada com a situação, ela teria colocado o filho dentro do saco e jogando embaixo da pia. O pai, que estaria viajando quando tudo aconteceu, chegou em casa e perguntou pelo o filho. Ela informou que ele estava morto e havia sido enterrado.
Segundo policiais, no momento do flagrante, Patrícia teria omitido os fatos, informando que sua mãe teria enterrado o corpo do filho em um cemitério, onde a mesma não sabia informar o nome. Em seguida, relatou o ocorrido aos policiais que a conduziram até a delegacia.
Em entrevista à Tribuna, Patrícia disse que a equipe da Samu teria informado que o filho teria morrido com sintomas de meningite.
“Ele estava sem apetite, com sinais amarelo na pele e vomitava o tempo inteiro. Não sei o que aconteceu com ele. Após passar vinte dias em casa, ele morreu. Só deixei o corpo dentro do balde por que não tinha condições financeiras de fazer o enterro”, afirmou a acusada, que já é mãe de uma garota de 5 anos.
De acordo com a delegada Janice Dórea, após a realização do laudo pericial é que será constatado qual o motivo da morte da criança. Se houver sinais de maus-tratos, ela irá pedir a prisão preventiva da mãe. Após prestar depoimento, Patrícia foi liberada e aguarda a decisão da Justiça.
Segundo um funcionário do IML, existe a suspeita de que a criança tenha sido vítima de asfixia, o que só será confirmado apenas após laudo pericial.
Fonte: Leidiane Brandão / Tribuna da Bahia