A mãe vive entre a delícia e a dor de ser mãe, e já os estoicos tinham uma visão de igualdade entre os sexos, conforme carta de consolação enviada pelo estoico Sêneca à sua mãe. Nesta carta, vemos como Sêneca, ao contrário do costume romano, incentiva também as mulheres a estudarem filosofia:
“Por isso, incito-a a procurar refúgio onde todos os que buscam conforto para suas mágoas deveriam refugiar-se: nos estudos da filosofia. Ela saberá sarar sua ferida, arrancando de você toda queixa. Oh! Se meu pai, que era o melhor dos homens, mas estava demasiadamente preso aos costumes dos antepassados, tivesse desejado que você fosse ensinada ao invés de apenas informada dos preceitos da sabedoria! Agora, contra os golpes da fortuna, precisaria não buscar auxílios, mas servir-se dos que teria. Meu pai não quis que você seguisse sua inclinação para esses estudos por causa das mulheres que se servem da cultura não para tirar regras de sabedoria, mas para enfeitar-se com ela como com custosa joia. Todavia, graças à sua pronta inteligência, assimilou mais do que quanto pudesse fazer supor o tempo dedicado à cultura: já lançou os alicerces de toda disciplina. Volte para ela agora; ela lhe protegerá. Ela lhe consolará.”