Mãe, palavra sem rima, talvez Deus tenha feito assim porque como a própria pessoa é insubstituível, é também diferente.
Ocorre-me agora um fato corriqueiro na vida, que é quando vemos uma família de três ou quatro filhos que vivem com certa dificuldade, e de repente o pai desta família morre, a gente olha praquilo e acha que os filhos vão sofrer porque a família já vivia com certa dificuldade.
Mas, a mãe continua lutando e passando algum tempo, lembramos desta mesma família já bem posta na sociedade com os filhos crescidos e bem comportados, porque a mãe lutou, conseguiu um emprego pra um, uma coisa pra outro e a vida seguiu.
Ao contrário, se morre a mãe, a família via de regra, desanda, porque o pai casa-se e a outra esposa não dá a continuidade própria.
São coisas da vida, não é sem causa que Coelho Neto fez essa poesia.
SER MÃE
“Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga, o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.
Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibram!
Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!
Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!”
Jomar Figueredo Ruas
Alcobaça, 23 de abril de 2020
Jomar Figueredo Ruas é advogado, 98 anos, membro da academia de letras de Teixeira, residente em Alcobaça