Luto: morre o renomado jornalista investigativo Alberto Miranda

Luto: morre o renomado jornalista investigativo Alberto Miranda
O jornalista Alberto Miranda. Foto: Arquivo pessoal

Faleceu, aos 89 anos, Alberto Antônio de Miranda, na madrugada de quarta-feira, 09 de agosto, em Salvador, capital baiana. Jornalista renomado, com mais de 50 anos dedicados à área investigativa, trabalhou em grandes veículos de comunicação e foi premiado por sua excelência no trabalho.

Foi casado com Clélia Silva de Moraes, com quem teve dois filhos: Alberto Miranda Filho e Mateus Miranda. Seu corpo foi cremado no mesmo dia do óbito, às 16 horas, no Cemitério Bosque da Paz, na Sala 2. A causa do falecimento não foi divulgada.

Quem era

Alberto Miranda perdeu a mãe aos 9 anos e, o pai aos 10. Segundo ele mesmo, ainda em vida, “uma orfandade difícil”. Aos 12 anos, foi trabalhar para ajudar aos irmãos menores, quatro órfãos de uma doméstica. Maria de Lourdes, nome comum de mulher do povo. “Alzinho” era seu apelido, única ponte que o ligava ao gesto de Maria de Lourdes.

Diante do gerente do jornal A Tarde, Arthur D’Almeida Couto, após uma conversa, subiu pela primeira vez as escadas de um jornal. Passou a levar bandejas de café de carteira em carteira. Nascia um sonho.

Cinco anos depois, serviu à redação a última bandeja de café. Foi prestar o serviço militar obrigatório. Serviu na Aeronáutica – Base Aérea de Salvador em Ipitanga. Licenciado, fez jornalismo. Em 1965, estava pronto para trabalhar em jornal. Passou pelo “Diário de Notícias”. Depois, foi trabalhar no Jornal da Bahia – 1971/1974, onde ganhou um Prêmio Esso de Jornalismo, no Rio de Janeiro, concorrendo com centenas de reportagens publicadas pelo país.

A convite do Coronel Luiz Arthur de Carvalho, assumiu a chefia da Assessoria de Imprensa e Relações Públicas da Polícia Civil da Bahia, entre os anos de 1975/1979. Nesse ano, a convite do professor Jorge Calmou, voltava ao jornal A Tarde como jornalista. Lá conquistou vários prêmios, seis deles só na ABI (Associação Baiana de Imprensa), criados para estimular o jornalismo investigativo.

Depois vieram vários prêmios em A TARDE, além da melhor reportagem do ano 1990 – com a série “Um Porto Seguro para o Tráfico de Drogas”, em que o repórter denunciou um tráfico internacional, seguido de vários crimes que chocaram o país.

Ganhou um prêmio Esso de Jornalismo no Rio de Janeiro, denunciando um erro judiciário em 1968, onde dois policiais foram acusados de um assassinato em Vitória da Conquista.

Trabalhou também no jornal “O Globo” do Rio de Janeiro, onde ganhou outro prêmio de cunho internacional, por parte da Cruz Vermelha Internacional. Ganhou, também, o troféu “Milton Santarém” na Rádio Excelsior da Bahia por um programa policial naquela emissora.

Por fim, nos jornais pelos quais passou, incluindo o Jornal OSollo, deixou um acervo de grandes reportagens, num trabalho investigativo e questionador da realidade. Além disso, foi grande escritor, com obras que marcaram a sociedade.

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