Lua de Março

Lua de Março

Dia 7 de março, lua cheia, e eu a vejo, clara e generosa, sobre os prédios aqui na Graça, onde estou perto de todas as coisas. Repleto o coração de uma inesperada felicidade, fácil a solidão interior, mais leve o corpo, como se remoçasse. Gostaria que a lua cheia fosse eterna ou durasse a extensão de minha vida. Faz muito tempo que não via a lua cheia – sinal de que não tenho olhado para o céu. Às vezes, me perco tanto comigo mesmo, emaranhando-me tanto em preocupações, que limito a olhar em linha reta, sem meta.

Bastaria olhar para o céu noturno, onde nos esperam todas as alegrias feitas de luz e silêncio. As notícias de mortes já não são novas, não precisam da minha para senti-las.
Do futuro, pode dizer-se, apenas, que ninguém sabe onde começa e onde acaba. Sinto que posso ficar aqui sentado para sempre olhando a lua cheia, este é meu sentimento. Esta lua cheia forma um universo complexo. Um universo que sempre existiu e que aguarda sempre por nosso olhar uma vez por mês.

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