Líderes para pessoas

“Vocês comem a coalhada, vestem-se de lã e abatem os melhores animais, mas não tomam conta do rebanho.” (Ezequiel 34.3)

Líderes para pessoasGostamos de algumas pessoas, mas, verdadeiramente, não gostamos de pessoas. Preferimos as coisas. Pessoas dão muito trabalho. Pessoas incomodam. Pessoas são imprevisíveis. Preferimos o sucesso aos relacionamentos. É muito mais fácil executar tarefas que ouvir e compreender pessoas. É muito mais fácil investir num negócio do que fazer a família dar certo. As vezes investimos até o último centavo e insistimos até o último minuto no negócio, ao ponto de falirmos. Mas seguramos rapidamente a maçaneta da porta de saída de casa quando o casamento está sendo frustrante. Em média, é assim que somos. E os líderes que temos refletem isso. Todo nosso foco, toda nossa orientação como sociedade é dirigida ao mercado. O que ensinamos por anos até graduar nossos jovens são as competências para que se tornem capazes de vencer. E vencer significa ter uma boa carreira e ganhar um bom dinheiro. Nos orgulhamos quando nossos filhos se saem bem nisso. Mas, e os relacionamentos?

A sociedade continuará focada no mercado. A tendência é que cada vez mais intensifique esta perspectiva. Mas a igreja e os cristãos devem fazer outra opção. Precisamos nos lembrar que aos olhos de Deus pessoas valem mais. Pessoas são o que mais importa. Por isso, cristãos individualmente e as igrejas que formamos, devem investir em relacionamentos e desenvolver a capacidade de amar pessoas. Amizade, casamento e família devem ter seu valor destacado, num contra fluxo com a sociedade dominada pela mentalidade de mercado. Precisamos lembrar que manter o casamento é mais importante que ficar rico. Que nenhum conforto proporcionado compensará a ausência dos pais e a falta de convivência com os filhos. Diante das exigências do mercado, precisamos encontrar saídas para conviver, servir, ouvir, ficar ao lado e amar. E, como igreja, não devemos ser mais um competidor pela atenção e tempo das pessoas. O Reino de Deus nos desafia a reordenar a vida!

Pensemos por alguns instantes em nosso país. Na última terça-feira Eduardo Cunha perdeu seu mandato e seus direitos políticos. Bom para o Brasil. Há tantos outros que merecem o mesmo fim! Mas a resposta não virá desses processos. Eles, talvez, apenas amenizem um pouco nossa fome por justiça. Nosso país precisa de novos líderes, de um novo tipo. Líderes para pessoas. Líderes que amem pessoas. É preciso um investimento de longo prazo para que venhamos a ter líderes cujo coração não seja dominado pela ganância e cuja atitude não seja a de aproveita-se do poder. Não há cidadania sem amor a pessoas. Não há civilidade sem a valorização do ser humano. Para responder ao Brasil devemos formar um tipo de comunidade (igreja) que possa desenvolver líderes para pessoas. Devemos edificar famílias cujos valores e princípios cooperem com isso. Como nos tempos de Ezequiel, temos sofrido muito com os descaminhos de nossos líderes. Sem perder a esperança, devemos orar e agir para que tudo isso mude. A mudança começa com cada um de nós.

 

ucs

 

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