Lembranças

 

Lendo, outro dia, as reminiscências infantis de um escritor fiquei a pensar nos acontecimentos que me impressionaram no começo da vida. Tinha 5 anos, e tomei uma palmada de meu pai, que ficou tão decepcionado com a renúncia de Janio Quadros que extravasou a raiva em mim.

O que muito me impressionou (13 anos) foi a conquista da Copa do Mundo no México, ficou na minha memória a cidade de Guadalajara, sede da seleção Brasileira, os chapéu enormes dos mexicanos. Dois anos antes, outra lembrança: eu ia para a escola quando encontrei com meninos que já vinham voltando, pois não ia haver aula. Perguntei por que, e eles gritaram alegremente: Chateaubriand morreu! Chateoubriand morreu!

Juntei-me a eles e também comecei a gritar para todo o mundo. Chateoubriand morreu! Nunca ouvira falar de Chateoubriand, mas na mesma hora, pela conversa de gente grande. Fiquei informado de que a) Foi um dos homens públicos mais influentes do Brasil b) Trouxe a TV para nosso país e foi dono de um império jornalístico.

Se a vida tivesse voltado – ouviria aquela voz, carinhosa, de meu avô João dizer o meu nome. Mas são lembranças vivas, carregadas de prazer e de angústia. Doem-me. Paro um momento e regresso ao dia de hoje , com todos os jogos do destino já idos e jogados. Na vida, o que passou não tem volta e nada é de graça, o tempo sempre vence no final.

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