“Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Mateus 15.8)
É mais fácil honrar com os lábios que ter o coração próximo a Deus, tanto quanto é mais fácil dizer as coisas certas do que viver de maneira certa. A repreensão de Jesus aos religiosos judeus é muito proveitosa para nós. Pois é mais fácil ir ao templo e dizer que fomos à igreja do que vivermos como igreja. É mais fácil cantar músicas cristãs e dizer que adoramos do que agir de maneira a adorar. E na era da informação é tão fácil ler coisas sobre Deus e fazer cursos de teologia, que podemos pensar que por isso conhecemos a Deus e podemos até ensinar e explica-lo às pessoas. Mas tudo isso é bem mais profundo do que temos feito parecer.
O teste para sabermos se nosso coração está próximo de Deus ou se apenas nossos lábios o honram não acontece em momentos de cultos em nossos templos e nem mesmo em nosso momento devocional. Em instantes como estes estamos, de certa maneira, em condições ideais. É fácil se comportar quando a luz está acesa. O teste vem em outros momentos e o mais importante deles é o tipo de atitude que temos com as pessoas. Familiares, amigos, desconhecidos, pessoas de outras raças, de todas as idades e também aquelas que nos parecem à margem: pessoas em mendicância, em prostituição, em prisão, escravizadas por vícios, etc. Enfim, todo e cada ser humano. Qual o valor do ser humano para nós?
Convencionamos pensar que o teste da proximidade com Deus é moral. Embora envolva nossa moral e ética, o verdadeiro teste é relacional, pois o maior mandamento é amar Deus e ao próximo. Se dizemos: “eu amo a Deus”, mas não amamos o próximo, não amamos a Deus (1 Jo 4.20) e nem mesmo o conhecemos (1 Jo 4.8). O que nos distancia de Deus não são nossas falhas morais, mas nossa falta de amor. Precisamos abandonar nossas falhas morais e mudar de vida, mas não podemos falhar no amor. Sem amor tudo perde o valor (1 Co 13). Sem amor nossos lábios até podem honrar a Deus, mas nosso coração estará longe dele.