O ministro Gilberto Kassab (Comunicações) disse que não vê outra saída para os Correios além da privatização. “Eu trabalho, como ministro, para que não haja privatização, mas não vejo outro caminho”, disse ele em evento no Palácio do Planalto nesta 3ª feira (28.mar).
Segundo o ministro, a estatal possui 1 déficit anual de R$ 2 bilhões. Para Kassab, isso é reflexo de má gestão. “Uma empresa que vive tarifa, deveria ter o ponto de equilíbrio. E, em algum momento, o governo retirou mais recursos do que precisava [dividendos da empresa]”.
Agora, o plano é repassar toda a atividade postal à iniciativa privada. A intenção inicial, de privatizar apenas áreas da empresa que não exigem por lei o monopólio, já pode não ser o suficiente para sanar a empresa, dizem fontes.
Os Correios fecharam o ano passado com prejuízo em torno de R$ 2 bilhões, após registrar perdas de R$ 2,1 bilhões em 2015. Nos primeiros meses deste ano, já acumula prejuízo de quase R$ 500 milhões.
No início do ano, os Correios anunciaram o fechamento de 250 agências, em todo o país. Algumas unidades serão incorporadas a outras, em municípios com mais de 50 mil habitantes.
Em seguida, a estatal abriu 1 programa de desligamento voluntário, mas se frustrou diante da pouca adesão. Agora, com o argumento de que a situação financeira é extremamente grave, pretende demitir funcionários concursados. O objetivo é cortar até 25 mil vagas.
Recentemente, o presidente da empresa, Guilherme Campos, disse que não adianta deter o monopólio postal no Brasil hoje porque “ninguém mais manda carta”. A parte lucrativa do negócio, a entrega de encomendas, possui forte concorrência.
Para diversificar e garantir maior receita, a empresa iniciou recentemente a venda de chips de celular com marca própria.