A justiça é um dos valores mais importantes da fé cristã. O pecado tornou o nosso mundo um lugar cheio de injustiça e impróprio para a felicidade que tanto desejamos desfrutar. Mas o Evangelho de Jesus nos anuncia o caminho para a justiça e a restauração da alegria. A injustiça é uma árvore cujos frutos são representantes da anti-vida: pobreza, desrespeito, desigualdade, infâmia, e tudo isso é contrário ao Reino de Deus e à vontade de Deus. Se andamos com Deus e seus preceitos são parte de nossa vida, então cada vez mais a justiça será um valor para nós e a injustiça, seja qual for, nos ofenderá. A justiça é um princípio relacionado ao amor de Deus, ou seja, não podemos falar do amor de Deus e não falar de justiça. Lembra-se como Paulo escreveu ao descrever o amor? Ele disse que o amor não se alegra com a injustiça (1 Co 13.6). Infelizes aqueles que se acomodam, que se acostumam com a injustiça e, pior ainda, os que a praticam. E felizes aqueles que tem fome e sede de justiça, porque eles serão fartos. Essa é uma mensagem do Reino de Deus.
Os preceitos do Senhor são justos porque eles expressam o coração amoroso de Deus. Todas as vezes que a nação de Israel se distraiu com seus sacrifícios e festas santas e começou a pensar que estava agradando a Deus porque oferecia a Ele eventos de adoração, de honra, mas se esqueceu da justiça, com suas festas O ofenderam. Fizeram dele um deus como os ídolos das nações ao redor. Então, a palavra de Deus veio por meio dos profetas de forma firme e direta: “Quando vocês estenderem as mãos em oração, esconderei de vocês os meus olhos; mesmo que multipliquem as suas orações, não as escutarei! As suas mãos estão cheias de sangue! Lavem-se! Limpem-se! Removam suas más obras para longe da minha vista! Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva. Venham, vamos refletir juntos, diz o Senhor. Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão.” (Is 1.15-18) Se os preceitos do Senhor não nos fizerem pessoas comprometidas com a justiça, acabaremos fazendo com que a nossa espiritualidade siga por caminhos equivocados, caminhos que de fato não agrada o coração de Deus.
Creio ter sido uma obra do maligno sutil e muito eficiente, a de desvincular nossa devoção a Deus do compromisso com a justiça. Os preceitos do Senhor são justos e alegram o coração porque a justiça que eles promovem são um antídoto no combate à infelicidade e a dor na vida do próximo. O coração que se alegra não é somente o nosso. Não se trata de uma alegria egoísta, que resulta da satisfação conosco mesmos, com um sentimento de auto aprovação. Mas uma alegria de poder contribuir com a vida, para que ela aproxime-se mais do propósito de Deus. A justiça é uma expressão inegociável do amor que devemos ter uns pelos outros., pois é uma realidade, uma marca do amor de Deus, Abandonemos perspectivas de fé dedicadas apenas à auto satisfação e proteção. Sejamos agentes de justiça neste mundo pois para isso também formos chamados. Que por nosso compromisso com os preceitos do Senhor haja mais justiça e mais alegria, em nossa vida e na vida do nosso próximo.