É junho, é mês de junho. Hoje o coronavírus está presente e não veio para brincadeira, a fogueira não irá queimar e o forró não vai dançar. Usar máscara sempre que sair, mas é em casa que devemos ficar.
Eu pensarei em coisas longe; estou completamente nostálgico. Todo mundo vê seus momento felizes por diferentes lentes, e aqui quero escrever o que sentia naqueles momentos tão preciosos do final dos anos oitenta.
Às vezes, as sombras de hoje atiçam, com mais vivacidade, estas alegrias do passado.
Está na memória e funciona como uma bússolas do que vale a pena recordar. Nossa vida é sempre um diálogo, com as lembranças, que é nossa identidade íntima.
Tenho vivo na minha alma , os São João do final da década de oitenta na fazenda de meu sogro, foram marcantes.
Antes da festa tinha a expectativa, pois tudo era novo.
Aquele friozinho gostoso de roça. A mobília rústica. Tinha fogueira com quadrilha a noite inteira e casamento matutu além de pamonha, milho assado e canjica. A música era na batida do coração. Lembro de tudo, todos alegres, momentos marcantes e eternos.
O que peço hoje, ó São João, traga de volta meu coração, que partiu pra morar na saudade de tempos que não voltam mais e que a força secreta da vida salte de súbito, para produzir um novo São João, livre, solto em si mesmo com a alegria dos anos oitenta.
*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe semanalmente no site www.osollo.com.br.