Julho: mês de conscientização sobre o câncer de bexiga

Diagnóstico tardio, causado por ausência ou descaso com os sintomas, contribui para alta mortalidade da doença

Julho: mês de conscientização sobre o câncer de bexiga
Imagem: Reprodução/DrauzioVarela/UOL

O número de pessoas diagnosticadas com câncer de bexiga tem crescido consideravelmente nas últimas décadas. O mês de julho é reservado para a conscientização deste tipo de neoplasia, que atingiu mais de 9 mil brasileiros em 2018.

Por ser silencioso, o câncer de bexiga pode evoluir sem apresentar sintomas na fase inicial, sendo diagnosticado principalmente em estágios avançados. Um impasse que reduz as possibilidades de cura. Hoje a doença pode matar até 1/3 dos pacientes acometidos.

Apesar de ser o tumor mais comum do trato urinário, o câncer de bexiga passa despercebido pela maioria da população. Mas, com o decorrer da doença, surgem sintomas que podem facilmente ser confundidos com infecções, como a cistite, por exemplo.

Sensação de urgência para urinar, seguida por ardor e presença de sangue na urina são os indícios mais comuns para a doença. Já, em casos mais avançados, podem surgir dores pélvicas, dor ou sangramento retal e inchaço das pernas, provocado por comprometimento dos linfonodos pélvicos, ocorrência frequente na neoplasia” explica o Dr. Diogo Bastos, médico oncologista do Sírio-Libanês.

Para Bastos, “independentemente dos obstáculos, possibilitar o rastreamento adiantado do câncer de bexiga é fundamental para a conquista de melhores resultados no tratamento. A melhor forma de fazê-lo é por meio da história clínica e do exame físico realizado. Também pode ser solicitada uma endoscopia, exame de imagem que permite ao médico ter uma visão do interior da bexiga”.

Quando diagnosticado precocemente, o tratamento mais indicado é a cirurgia para extração do tumor seguido por quimioterapia. Este procedimento aumenta as chances de remissão e cura.

Porém, segundo o especialista, devido ao cenário atual, as pesquisas clínicas têm focado em opções de tratamentos cada vez mais inovadoras, como a imunoterapia, com o objetivo de aumentar a efetividade do tratamento.

Esta abordagem estimula a ação do sistema imune contra as células cancerosas, causando menos efeitos colaterais do que outros tipos de terapia.

As drogas imunoterápicas desativam a proteção do tumor, que faz com que ele fique camuflado. Essa ação faz com que os linfócitos, as células de defesa, o reconheçam como uma ameaça e, por tanto, atuem contra ele, matando o câncer”, conta Bastos.

O que é câncer de bexiga?

É um tipo de câncer que começa na camada que reveste a bexiga.  Costuma ser diagnosticado entre os 60 e 70 anos de idade, sendo duas a três vezes mais comum nos homens³. Calcula-se que cerca de 25% das pessoas que tenham câncer de bexiga poderão ter um segundo tumor primário em outro local do sistema urinário³.

A neoplasia pode ser dividida em três tipos: carcinoma urotelial (de células de transição), que representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido mais interno da bexiga; carcinoma de células escamosas, que afeta as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas; e adenocarcinoma, que se inicia nas células glandulares (de secreção) que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação².

Além do tabagismo, que é a principal causa do câncer urotelial da bexiga, outras causas deste tipo de tumor ainda são pouco conhecidas, mas existem boas práticas de vida que auxiliam na prevenção desta condição.

A lista inclui a ingestão adequada de líquidos, o que pode diluir as substâncias tóxicas absorvidas pelo corpo, evitar o tabaco, além da adoção de uma alimentação mais saudável e prática regular de atividade física. Esses cuidados ajudam a reduzir os fatores de risco”, finaliza o oncologista.

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