Essa foi a frase divulgada nas mídas como tendo sido dita pelo presidente do Conselho Permanente dos Tribunais de Justiça, o desembargador aposentado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Marcus Faver, quando em encerramento da reunião do Conselho. O que o Desembargador fez, foi expressar o cansaço de todos nós, que presenciamos no dia a dia que a justiça é para poucos. A irritação do Desembargador mostra que os chamados “bandidos de toga” estão hoje na mira de todos os poderes e na ponta do dedo dos cidadãos.
Sempre admirei profissionais que fazem com maestria, coisas que a mim são completamente difíceis, sejam eles serem ciclistas; na verdade mal dou umas pedaladas e lá vem o chão; sejam eles dançarinos, sejam eles juizes, pois se exige uma coordenação motora que não tenho, sejam serem hábeis motoristas, aviadores, motociclistas, pois se exige uma noção espacial que em mim é estupidamente limitada, seja ser juiz, pois é uma profissão que além de se exigir o saber jurídico, se exige também um profundo entendimento do ser humano, das realidades sociais e um apurado senso de justiça, pois se estará a julgar um outro ser humano.
Também se exige mais desses profissionais, se exige uma conduta moral acima do padrão do homem comum, uma cortesia acima da média, pois esse profissional vai lidar no seu dia a dia com pessoas simples, leigas, que muitas vezes entram e saem sem entender o que realmente aconteceu em uma audiência.
Exige-se um equilíbrio para lidar com servidores de forma justa e pacificadora. Exige-se uma cautela na vida privada, como se fosse vida pública. E também se exige muita coragem, para decidir sob a pressão dos poderosos. Pelo menos é assim que as pessoas do povo, aqueles que não lidam dia a dia no Judiciário, esperam que seus juízes sejam, porque afinal,se necessita ter uma conduta especial, um pouco acima do pouco acima do bem e do mal para que eu, como cidadão, aceite que essa pessoa possa decidir o que será feito do meu patrimônio, da minha liberdade.
Quando um Julgador, seja ele juiz, desembargador ou ministro, se corrompe, quando um Julgador se vulgariza, quando um Julgador não tem uma conduta moral ilibada, quando seus filhos, esposa ou marido não respeitam as normas, se acreditando seres fora do alcance da lei, então, os cidadãos se tornam piores, os homens perdem a esperança, e o homem bom, se torna mal.
Há muita responsabilidade em ser Juiz, é uma tarefa hérculea. Muitos homens e mulheres vem honrando nossa Magistratura, mas há ainda alguns que querem fazer de seus gabinetes, um salão de poder, propina e clientelismo.
Sou contra a pena de morte, então não creio que a forca seria uma opção racional, mas aos juízes corruptos, uma cela já seria um bom lugar, em praça pública para servir de exemplo? Talvez.