A Jornada Pedagógica da rede municipal de ensino de Nova Viçosa, iniciada em 24 de janeiro, tem prosseguimento esta semana, desta vez com o foco dos debates e assuntos em pauta voltados exclusivamente para os professores. No primeiro momento, os trabalhos envolveram diretores, vice-diretores, coordenadores e especialistas em educação. O evento aconteceu na área de camping do conhecido professor Zé Paulo.
Novamente representando o prefeito Manoelzinho, o vice-prefeito Ruberval Lima Porto, que já atuou como professor e secretário de Educação, sentiu-se bastante à vontade para participar das discussões, dentro da temática “Somar Talentos, Dividir Experiências e Construir Saberes”.
“Posso afirmar que conheço a realidade e os desafios que se apresentam, as demandas e as reivindicações em pauta, todas elas justas, importantes e vitais para que tenhamos um ensino de qualidade. São reivindicações pontuais e de direito. É nesse sentido que se faz imprescindível esta JORNADA PEDAGÓGICA, é o momento em que os profissionais da educação partilham ideias, ensinam e aprendem na coletividade, com o propósito de promover o fortalecimento do processo educativo, almejando e buscando oferecer novas possibilidades no cotidiano escolar”, afirmou Ruberval.
Sobre a proposta de humanização do processo educativo, ele disse que a iniciativa hoje está no centro dos debates. “Todos nós queremos e precisamos de um ambiente escolar mais interativo, mais acolhedor e bem mais próximo. A disposição é fazer da escola, sem demagogia, uma extensão da casa do aluno.”
Parabenizou todos os idealizadores e organizadores do evento, na pessoa da secretária Adriana Botelho.
A trigonometria não foi feita para humilhar ninguém. Mas anda humilhando tanto que o professor Eduardo Wagner, do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), no Rio de Janeiro, disse que “andam ensinando coisas de mais” e que antigamente os livros dedicavam muitas páginas à trigonometria, havendo, inclusive, livros que eram dedicados inteiramente à disciplina.
Eu sou desse tempo em que livros inteiros eram dedicados à trigonometria, ainda tenho alguns deles na minha biblioteca e posso dizer que é perfeitamente possível aprender a trigonometria necessária para se passar nas provas e chegar aos cursos superiores de base matemática sem naufragar nos escolhos do Cálculo.
O professor Eduardo Wagner propõe uma “trigonometria prática” e uma seleção dos temas abordados, com destaque para as medidas e para as funções trigonométricas, estas envolvendo ângulos e números reais.
Por trás destas propostas está o reconhecimento de que o nível da Inteligência está caindo no Brasil, não se podendo mais exigir dos alunos de hoje o que se exigia dos alunos do passado. Em entrevista recente, o professor Clóvis de Barros Filho mostrou-se pessimista e disse que não pode mais ensinar hoje, na graduação, o que ensinava aos alunos, há vinte anos.
O conhecimento da trigonometria começa no ensino fundamental, com as noções de seno, cosseno e tangente. A base desses conceitos é a “Geometria Euclidiana”. Mas será que as escolas de ensino fundamental estão explicando estas coisas aos alunos?
Quando um estudante de engenharia ultrapassa a barreira do Càlculo, chega à Equações Diferenciais, podendo se defrontar, logo nas primeiras aulas, com um questão como a seguinte:
A normal em cada ponto de uma curva e a linha que liga este ponto à origem formam um triângulo isósceles, tendo por base o eixo dos x. Achar a equação da curva.
Entender o enunciado dessa questão só depende de coisas que deveriam ser sabidas desde o ensino fundamental, pois é lá que se aprende o que são “triângulos isósceles”, eixos cartesianos, tangentes e normais à curvas. Sem estas noções o aluno não conseguira modelar adequadamente o problema.
Será que as escolas estão ensinando estas coisas aos alunos? Tudo indica que não.
De que reclamam os professores?
Com a volta do tucanato ao poder (o Michel Temer é apenas peça decorativa) a onda agora é privatizar tudo. O João Dória Júnior, prefeito da cidade de São Paulo, disse que vai privatizar a educação infantil. Aliás, o Dória montou comissão para traçar os rumos da educação na cidade e o pessoal da Secretaria Municipal de Educação ficou de fora. Ou seja: foi marginalizado.
No Paraná 300 professores ocuparam a Secretaria Estadual de Educação em protesto contra as medidas do governo Temer para o ensino médio. Servidores do INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos) também fizeram protesto. Docentes do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, em carta, protestaram contra a MP 746/2016.
De que reclamam os professores e as entidades que os representam? Há décadas se sabe que o ensino público no Brasil é um dos piores do mundo e os professores nunca se empenharam, realmente, para mudar tal estado de coisas. O que eles brigam mesmo é por salários. O mundo todo sabe disso. A revista inglesa The Economist disse, ainda que em tom de brincadeira, que os governos no Brasil deveriam estudar Engenharia Civil para aprender que não se pode construir o quinto andar de um prédio no ar, sem ser sustentado pelos andares inferiores. Uma página estrangeira na Internet, falando sobre os maus professores brasileiros disse que “In Brazil bad teachers, coming from bad pedagogical schools get to keep their Jobs, regardless of their poor performance in the classroom. Its a job garantee that takes away the incentive for many”. Naturalmente que existem bons professores no Brasil.
A onda agora é o “turnaround”. Este é um termo usado nos meios empresariais e significa “tirar uma equipe que não está dando certo e trocá-la por outra”, com o seguinte argumento: “vocês tiveram a sua chance a fracassaram, agora vão ter que dar chance para outros”. Essa é uma das ideias que inspiram o Dória, em São Paulo, razão pela qual a SME ficou de fora. Da comissão nomeada por ele faz parte a Claudia Costin, que foi secretária de educação no Rio de Janeiro e pertenceu aos quadros do Banco Mundial. Se os professores se interessassem pela educação em escala global saberiam que o “Ministério da Educação” do Brasil é o Banco Mundial. E o que o Banco Mundial quer para o Brasil é uma “educação minimalista”, de modo a que jamais possamos vir a competir com eles no campo e da Ciência e da Tecnologia. A grande preocupação do Banco Mundial é com a fome, razão pela qual já deixaram bem claro que “não se pode deixar o povo passar fome”. As grandes empresas estrangeiras e os bancos estão ganhando rios de dinheiro no Brasil e querem que o povo fique quietinho no seu canto, sem perturbar os bons negócios deles. Eles conhecem a psicologia profunda do nosso povo e sabem que, com o futebol, a televisão e um trocado para a cerveja e o churrasco do fim de semana, o povo fica satisfeito, mesmo que more em barraco e não tenha água encanada. O engenheiro Polan Lacki (brasileiro, a despeito do nome), estudioso da educação no Brasil, fala-nos sobre “o fracasso de uma educação, rural e urbana, que oferece o circo antes do pão”.
No Rio de Janeiro o Marcelo Crivella também vai privatizar o ensino básico. A minha saudosa mãe dizia que “quem não se ajeita por si se enjeita”. Pois é, os professores não se ajeitaram e agora serão enjeitados. Os empresários, comandados lá de fora, vão tomar conta da educação no Brasil, com os argumentos do mérito e da competência empresarial. O discurso pode ser enganador mas, como disse um palhaço-deputado, “pior não pode ficar”.
Todavia, os grotões podem ficar tranquilos, pois essa onda não chega até eles. No cenário econômico brasileiro os grotões contam muito pouco ou quase nada. Os grotões não vão fornecer presidente do Banco Central, ministro da Fazenda nem mão de obra qualificada para a indústria paulista. Logo, o ensino nos grotões pode ficar do jeito que está. E se piorar não fará diferença.
A estranha classe de alguns professores
É comum que artistas, atletas, profissionais de diversas categorias, gostem da falar sobre as suas atividades profissionais ou prediletas. Amigos médicos me contavam as suas experiências em hospitais e consultórios. Advogados falam dos seus casos. Enxadristas e músicos gostam de falar sobre xadrez e música. Engenheiros e arquitetos falam sobre projetos e construções. Todavia, é comum encontrar professores sem nenhum interesse pela educação.
Não faz muito tempo, conversando com uma mulher, que se disse professora de português, perguntei-lhe porque um famoso quadro do pintor espanhol, Francisco de Goya (1746-1828) é referido tanto como “A Maja Desnuda” quanto “A Maja Nua”.
Desnecessário dizer que a soi disant professora de português não conhecia nem o pintor nem o quadro. Nesse ponto algum “idiota da objetividade” (para usar uma expressão do dramaturgo pernambucano, Nelson Rodrigues) poderia dizer que para ser professor de português não é preciso conhecer a obra dos pintores espanhóis. Eu tenho sérias dúvidas quanto a esse tipo de afirmação porque professor sem cultura não pode ter circunlóquio didático, o que limitará muito a sua atuação, podendo até inviabilizá-la. O relevante, nessa história, é que a soi disant professora de português não soube me responder.
O ensino no Brasil está no fundo do poço e ninguém parece saber como tirá-lo de lá. E, no desespero diante dos sucessivos fracassos, recorrem, os responsáveis, às ideias mais estapafúrdias. A solução, contudo, é das mais simples, sendo uma condição necessária o restabelecimento dos bons institutos de educação e das boas escolas normais, como haviam na primeira metade do século passado, onde as futuras professoras aprendiam português no livro do Souza da Silveira, com base no latim.
Já que a soi disant professora de português não soube me dar uma resposta, eu mesmo a dei, explicando que uma professora dos velhos tempos diria que o português é uma língua latina e que em latim a palavra “nuda” passou para o português como “nua”. Todavia, o “nuda” latino ainda se conserva entre nós, como se pode ver em expressões como “campo de nudismo” e “praia de nudismo”. Sem falar na bela frase “nudez feminina”. Explicado, pois, ficou o “Maja desnuda”.
Vocês acham que a soi disant professora de português me agradeceu pela aula? Não. Muito pelo contrário, fez cara de amuo, dando a entender que o assunto não tinha lhe agradado nem um pouco. É sabido que, na atual proposta de reforma de ensino feita pelo governo, um dos artigos incluídos na LDB, que autoriza profissionais de outras áreas e especialistas “com notório saber” a darem aulas nas escolas do país, está gerando forte reação por parte de muitos professores. Eu vejo essa reação como uma prova de insegurança, para não dizer de mediocridade.
Atribui-se a Clauzewitz a frase: “A guerra é assunto importante demais para ficar apenas à cargo dos generais”. Parafraseando-o, eu diria que “O ensino é assunto importante demais para ficar apenas à cargo dos chamados profissionais da educação”. O ensino no Brasil degradou-se tanto que a solução dependerá do envolvimento de toda a sociedade consciente e responsável: empresas, Forças Armadas, igrejas, profissionais liberais, pessoas de “notório saber” e bem sucedidos. A educação e o ensino não podem e não devem se constituir em feudos.
Alunas de hoje
Hoje encontrei, numa lanchonete, quatro mocinhas que fazem o primeiro ano do ensino médio numa escola daqui. Excelente oportunidade para fazer as minhas pesquisas, pretensamente sociológicas, mas que na verdade são um retrato sem retoques deste Brasil de capitalismo periférico e dependente.
Perguntei às quatro o que é um cateto. Nenhuma delas sabia, embora uma delas tenha dito que a palavra lhe lembrava “quadrado”. Perguntei às quatro como procederiam se eu lhe pedisse para fazer o somatório do sessenta primeiros números naturais (1 + 2 + 3 + … + 59 + 60). Apenas uma delas pegou um guardanapo para tentar resolver o problema, que ela disse que faria em três minutos. Na verdade levou menos, me dando a seguinte resposta: “1 + 59 = 60”, que é, obviamente, absurda. Não satisfeita, me deu outra, num guardanapo, que eu já incorporei aos meus arquivos, como lembrança:
1 + 9 + 1 + 2 + 9 + 9 + 9 + 9 + 4 + 6 + 2 + 9 + 9 = 60
O que é um outro absurdo, que mostra que essa moça esta na pré-história da Lógica. Se na escola tivesse aprendido a jogar xadrez e o praticado, certamente teria dado um salto qualitativo, em termos de capacidade cognoscitiva, e teria aprendido a raciocinar melhor. Mas, qual é o compromisso que estas escolas tem com os alunos? Na verdade eu não pretendia que aquelas moças saíssem fazendo a soma. Eu apenas queria saber se elas sabem raciocinar e se sabem alguma coisa da História da Matemática.
A uma das moças eu perguntei: “o que pesa mais: um quilo de ferro ou um quilo de algodão?” E ela respondeu: um quilo de ferro. Voltei-me para outra e perguntei: “você concorda com a sua colega?”. Ela concordou.
Hoje eu perguntei a dois meninos da oitava série de uma escola de ensino fundamental o que é MDC e MMC e nenhum dos dois tinha a menor ideia do que se tratava.
Aos meus amigos e conhecidos do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais, eu pergunto se o Brasil todo está assim ou se estas coisas só ocorrem por aqui. A gente sabe que o ensino no Brasil é um dos piores do mundo, todavia, parece-nos que estamos abusando do direito de errar, em matéria de ensino. Não há sentimento de vergonha, de remorso, de culpa, de constrangimento?
Ninguém se dá conta de que estes jovens chegarão às universidades e delas sairão tão analfabetos quanto entraram? Mais da metade dos médicos formados em São Paulo não tem condições de exercer a medicina. Setenta por cento dos engenheiros formados no Brasil não tem condições de exercer atividades de nível superior. Oitenta por cento dos advogados que se formam são reprovados nas provas da OAB.
Que médicos estão cuidando de nós e dos nossos pais. Que médicos cuidarão dos nossos filhos e netos? Que engenheiros irão construir as nossas hidroelétricas? Que advogados irão defender as nossas causas?
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), no Rio de Janeiro, estão preocupados com o futuro da instituição, porque os jovens egressos do ensino médio não revelam capacidade ou vontade de serem cientistas e pesquisadores. Num vestibular recente meio milhão de alunos tirou nota zero na prova de redação. Pouca gente sabe escrever no Brasil de hoje. Muitos que alegam ter curso superior evitam escrever porque sabem que vão “pagar mico”, agredindo barbaramente o vernáculo, achando que assim procedendo, vão ocultar as suas carências culturais. A maioria, todavia, não escreve porque não saberia o que dizer.
Um alemão que viveu entre nós disse que “o Brasil é o país mais mentiroso mundo”. De fato, mentimos a nós mesmos, mentimos com estatísticas fraudadas. Mas não dá para mentir sobre essa triste realidade: o ensino público no Brasil (tirando RARÍSSIMAS exceções) é uma monumental fraude. A escola não desperta vocações nem as incentiva.
Como dominar um povo
Os estudiosos da história sabem que os americanos corrompem os países com o dólar falso ou os atemorizam com o poder das suas armas. Todavia, elas não são as suas técnicas de dominação mais poderosas. A técnica de dominação mais poderosa consiste em imbecilizar o povo (sai mais barato do que invadir, militarmente), como nos explica o filósofo e linguista americano, Noam Chomsky.
Em uma de suas obras, “Visões Alternativas”, ele explica as estratégias que o sistema (as elites sociais, políticas e econômicas) utiliza para manipular o pensamento das pessoas e assim conformar a opinião geral às suas ideologias. O Chomsky cita dez dessas estratégias, das quais apresentaremos três, que consideramos as mais importantes:
Manter o povo na ignorância, alimentando ideais medíocres. A qualidade da educação dada às classes socialmente inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância entre estas e as classes altas permaneça inalterada no tempo, e seja impossível alcançar uma autêntica igualdade de oportunidade para todos.
Estimular uma complacência com a mediocridade. A vulgaridade, incultura, e o ser mal-falado ou admirar personagens sem talento, estão na moda.
Reforçar o sentimento de culpa pessoal. Fazer crer ao indivíduo que ele é o maior (ou único) culpado por sua própria desgraça, por insuficiência de inteligência, de capacidade de preparo ou de esforço.
Do século XIX até o governo do Franklin Delano Roosevelt, os Estados Unidos fizeram mais de 50 intervenções militares armadas na América Latina, a ponto de um oficial norte-americano ter dito que “eu fui um gangster a serviço dos Estados Unidos”.
Hoje os Estados Unidos não precisariam intervir militarmente no Brasil para assaltar o nosso Pré-Sal. Brasileiros, dentro da Petrobrás, estão fazendo o serviço para eles.
As escolas que não ensinam, decentemente, matemática e ciência aos alunos, entre outras disciplinas, estão fazendo (embora muitas vezes sem o saber, na sua ignorância) o jogo dos países hegemônicos, como os Estados Unidos, pois destroem todas as possibilidades das nossas crianças virem a ser grandes líderes, cientistas e pesquisadores, capazes de tirar o Brasil do atraso.
Os norte-americanos inventaram o GPS, o cartão de credito, o IP (protocolo de Internet), os raios laser, o cabo de fibra ótica, o telégrafo, o forno de microondas, o circuito integrado. O Thomas Edison, inventor da lâmpada, registrou mais de 1000 patentes de invenções. Os Estados Unidos inventaram milhões de coisas.
Nós, que não inventamos nada, pagamos muito mais caro por tudo. Um aparelho de celular no Brasil pode custar CEM VEZES mais do que em Nova Iorque.
Serão eles mais inteligentes do que nós? Não, não são. Nós apenas temos sido estúpidos. As escolas deles, embora hoje não sejam hoje grande coisa, não são tão estúpidas quanto as nossas. Que direito tem os nossos sistemas de ensino de achar que as nossas crianças “nada aprendem” e que e que, no futuro, deverão se sujeitar a empregos de baixa qualificação e pífia remuneração? Chega de arrogância.
A hipocrisia de alguns cristãos.
Cristo não nos ofereceu uma religião na qual a dor estivesse excluída. O símbolo do cristianismo é uma cruz, que era um instrumento de tortura. Os cristãos vão às suas igrejas ouvir pregações sobre “aquele que sofreu na cruz para nos salvar” e, no entanto, abominam a ideia de qualquer dor ou sacrifício. Muito pelo contrário, esperam que o Cristo as salve das dores do mundo e lhes dê uma vida de bem-aventurança. Poucos acham que terão que carregar a sua cruz.
A dor não poupará ninguém. Sofrerá o ateu e sofrerão os crentes, tanto os sinceros quanto os insinceros (a grande maioria). Sofrerá o rico e sofrerá o pobre. Sofrerão os éticos e os antiéticos. Sofrerão os honestos e os desonestos. Sofrerão os corruptos e os honrados. E aqueles que, hedonisticamente, tentarem fugir à dor, sofrerão muito mais.
A ideia da dor e do sacrifício vem de longe. Ad augusta per angusta é uma frase latina que nos diz que a resultados augustos (nobres, elevados) chega-se por caminhos estreitos. Só se consegue a virtude, a glória e a felicidade, depois de vencer grandes obstáculos.
Todavia, são muitas e variadas as dores deste mundo. Algumas mulheres sofrem as dores do parto. Mas há quem as tema e as evite. Todavia, também sofrerão e se arrependerão. É quase certo de todos sofreremos as dores das doenças. Mas existem também as dores causadas pelo remorso, pela culpa, pelas coisas mal feitas.
Os seres humanos podem ser classificados de várias maneiras. Um critério nos foi dado pelo economista e historiador italiano Carlo Cipolla (1922-2000) que foi professor na Universidade da Califórnia. Para ele os seres humanos se dividem em quatro grandes grupos, os inteligentes, os estúpidos, os bandidos e os sofredores.
Pela ótica do cristianismo poderia parecer que os sofredores seriam os mais próximos do espírito da religião. Não verdade, não são. Os mais próximos são os inteligentes, que também sofrem, mas cujas ações redundam tanto em benefício próprio quanto alheio.
Albert Schweitzer era doutor em Teologia, Filosofia e Medicina. Como se não bastasse, era excelente organista. Poderia ter levado uma vida confortável no seu país, a Alemanha, mas foi para a África, onde fundou hospital, cuidar de doentes.
O homem inteligente busca o conhecimento mas sabe que aprender é difícil, de modo que terá que se esforçar para alcançar níveis elevados. Não foi sem sofrimento e grande esforço que o doutor Schweitzer se tornou teólogo, filósofo e médico. Todavia, os seus esforços foram bons para ele e para aqueles a quem ele curou. Não foi sem esforço que o doutor Schweitzer aprendeu a tocar órgão. Todavia, foi dando concertos desse instrumento que ele encantou plateias e conseguiu dinheiro para construir o Hospital de Lambarene.
O médico norte-americano, Jonas Salk (1914-1995) trabalhava dezesseis horas por dia no seu laboratório, sete dias por semana. Foi o descobridor da vacina antipólio, com a qual salvou milhões de vidas no mundo todo. Nos últimos dias de sua vida ele tentava descobrir um remédio contra a AIDS. O doutor Salk não buscava fama ou fortuna. Ele não quis patentear a sua vacina, pois dizia que ela pertencia ao povo.
Salta aos olhos que aprender medicina não foi um passeio para o doutor Salk. Ele teve que fazer esforços, diante dos livros, que chegaram às raias do sofrimento.
Um negro norte-americano, Vivien Thomas (1910-1985), com um limitado grau de educação formal e sem nunca ter cursado uma faculdade, lutou contra a pobreza e o racismo para se tornar um pioneiro na área da cirurgia cardíaca e um professor para estudantes que se tornariam os melhores cirurgiões dos Estados Unidos. A história do Vivien Thomas foi levada ao cinema e o filme, chamado “Quase deuses”, pode ser encontrado em muitas lojas.
O cientista baiano Arthur Neiva (Salvador, 22 de março de 1880 — Rio de Janeiro, 6 de junho de 1943), diplomou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde foi aluno de Oswaldo Cruz.
Dedicou-se à profilaxia e entomologia médica, tornando-se afamado conhecedor dos barbeiros, insetos transmissores da doença de Chagas. Foi o primeiro a descrever uma espécie de barbeiro. Realizou diversas campanhas sanitárias, em companhia do médico mineiro, Belisário Penna (1868-1939), percorrendo o norte da Bahia, sudeste de Pernambuco, sul do Piauí e norte e sul do Goiás.
Para a grande maioria dos brasileiros essas pessoas são “ilustres desconhecidas”. Beneficiam-se do trabalho delas, mas não sabem quem elas foram. Essa ignorância reflete a estupidez do sistema de ensino no Brasil que, ao sonegar aos jovens as vidas desses grandes homens, não os ajuda a despertar neles o desejo de grandes realizações. Quando se pergunta aos jovens o que eles pretendem ser na vida eles dizem que querem ser “operadores de máquinas”, “jogadores de futebol”, “policiais”, “cantores”. Uma moça me disse que queria ser policial para matar gente. Mas o que dizer de escolas que privilegiam artes marciais em lugar do jogo de xadrez?
Passemos então à segunda categoria do Cipolla, a dos “estúpidos”. O estúpido é aquele cujas ações não o ajudam nem a ninguém mais, embora tragam prejuízos aos outros. O estúpido se mete a fazer coisa que não sabe fazer e provoca um desastre, como o faxineiro de um prédio que, sem saber dirigir direito, pegou o carro de um morador e o arrebentou num poste. Todavia, não se deve confundir os estúpidos com os tolos ou pessoas com pouca inteligência: os mais perigosos são os primeiros.
O estúpido consegue ser pior do que o bandido, a terceira categoria do Cipolla. O estúpido causa prejuízo sem levar vantagem alguma. O bandido rouba um carro, faz o dono sofrer as dores da perda, mas tem a vantagem de usufruir do veículo, que o dono, eventualmente, poderá recuperar
As categorias do Cipolla não são estanques. Qualquer pessoa inteligente pode cometer atos de estupidez. O estúpido pode se misturar com o bandido, em proporções variadas. O estúpido que se mete a fazer coisa que não sabe fazer e ainda cobra por isso, é bandido também. Mais bandido do que estúpido.
No seu livro, “As Leis Fundamentais da Estupidez Humana”, Cipolla, trata de um tipo especial de estúpido, que é aquele que chega ao poder. Não vamos nos ocupar deles porque já os conhecemos. Eles estão á nossa volta, em muitos lugares.
Falemos de um homem inteligente, o doutor Albert Schweitzer, que no seu livro, “Decadência e Regeneração da Cultura”, previu, há cem anos, as coisas que estão acontecendo hoje. O livro é pequeno, tem 110 páginas, mas não posso, em poucas linhas, citá-lo todo. Falarei de alguns trechos. Em 1917, na selva africana, ele escreveu:
“Estamos vivendo sob o signo da decadência da cultura. Não foi a guerra que criou essa situação. A própria guerra não passa de um reflexo do fenômeno.
Se nos afastamos da cultura é porque, entre nós, não se cogitou do seu valor. O fator decisivo foi a falência da filosofia.
A falência do pensamento é a causa preponderante do declínio da cultura.
A capacidade de cultura do homem moderno baixou, uma vez que as condições a que ele se acha vinculado o amesquinham e prejudicam psiquicamente.
A faculdade de alguém se tornar portador de cultura e de trabalhar por ela, depende necessariamente da condição de que seja um homem pensante e livre.
Liberdade material e liberdade espiritual estão intimamente ligadas. A cultura subentende homens livres. Por estes, somente por estes, ela pode ser ideada e realizada.
No homem da atualidade, porém, tanto a liberdade como a capacidade de pensar caíram de nível.
Há duas ou três gerações a esta parte vivem os indivíduos apenas como trabalhadores, não mais como entes humanos.
O habitual excesso de ocupações do homem moderno, tem como consequência lógica, o amesquinhamento do seu espírito.
Não procura cultura mas distração e, dentre as distrações, aquelas que menos esforço espiritual reclame”.
Nesse ponto eu faço uma interrupção para dizer que é realmente surpreendente que há cem anos o Schweitzer estivesse descrevendo o homem de hoje, mais do que o da sua época. Em 1917 não havia televisão, computador ou celular, que são os mais poderosos fatores da imbecilização atual. Não estamos dizendo que somos contra a televisão, o computador ou o celular. Somos contra o seu uso idiota. Uma faca é boa para cortar pão, mas há quem a use para agredir o próximo. Não somos contra a faca, mas sim contra o criminoso uso que se pode fazer dela.
Passo a palavra, de novo, ao doutor Schweitzer.
“A mentalidade desses seres dispersivos, incapazes de concentração, exerce por sua vez uma ação reflexa sobre todos os órgãos que logicamente deviam servir à sua formação e, por conseguinte, à cultura. Restringe-se o gosto pelo teatro em favor dos centros de diversão e de espetáculos frívolos. O livro cede lugar ao fútil. Jornais e revistas se veem na contingência de oferecer, de dia para dia, a forma de leitura mais simplificada possível a seus vazios leitores.
A que ponto esse vazio de ideias do homem da atualidade chegou a formar nele uma segunda natureza, revela-o a sociabilidade que pratica. Onde quer que tenha oportunidade de conversar com o seu semelhante faz todo o possível para não se afastar do terreno das generalidades, de modo a não entrar nunca verdadeira troca de ideias”.
É esse vazio de ideias do homem da atualidade que o leva a buscar cargos, para o qual não tem os atributos necessários, e diplomas, que prefere comprar em lugar de estudar. Não busca a glória, a virtude e a felicidade através do esforço. Quer tudo fácil, não quer fazer sacrifícios. Como classificá-los: estúpidos ou bandidos?
Quando o doutor Schweitzer fala na “mentalidade desses seres dispersivos, incapazes de concentração” eu fico vendo a maioria dos alunos de hoje, cujos professores foram, na sua maioria, os alunos de ontem.
O professor Clóvis de Barros Filho afirma que a corrupção brasileira é produto de “um ensino pífio, nauseabundo” (estas foram as duras palavras dele), pois a Ética depende do pensamento, da cultura, do raciocínio, coisas que estão ausentes no nosso sistema de ensino, um dos piores do mundo. De fato, o que se pode esperar de sucessivas gerações que não gostam de estudar, não pegam livro para ler e se imbecilizam, diante da televisão, horas e horas por dia?
Os cristãos hipócritas querem que Deus lhes faça a vontade, esquecendo-se de que uma das suas principais orações diz “Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu”.
Os cristãos falsificados ficam no terreno das generalidades, evitando a troca de ideias. Se assim não fosse saberiam que a Bíblia (Mateus 15:14) diz que “se um cego conduzir outro cego ambos cairão numa vala”.
Os cristãos de mentira só gostam de ouvir verdades que lhes soem agradáveis aos ouvidos, esquecendo-se de que a Bíblia (João 8:32) diz que “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
De fato, é preciso que saibamos que estamos doentes para que possamos dar início ao processo da cura. O médico deve dizer ao paciente a dura verdade da sua doença. O paciente deve aceitar a dura verdade que o médico lhe diz. Nenhum paciente agride o médico que o adverte da doença ou passa a evitá-lo por isso. Todavia, o doente da ignorância, na sua estupidez, não aceita o doloroso fato de que é ignorante.
A preguiça é um dos sete pecados capitais e a Bíblia é pródiga na sua condenação, como se pode ver em Provérbios (13:4): O preguiçoso deseja e nada consegue, mas os desejos do diligente são amplamente satisfeitos.
Como a desgraça nunca vem sozinha e “abyssus abyssum invocat”, os falsos cristãos preguiçosos costumam também cometer os pecados da inveja e da soberba.
Adquirir cultura dá trabalho. Exige dedicação, esforço, sacrifício, dor. Mas sem cultura não se cria nem se preserva a riqueza. Muitos brasileiros querem facilidades,são os adeptos das coisas fáceis. E, com essa mentalidade, vão corrompendo as novas gerações. Antigamente se ensinava latim nas escolas. Retiraram o latim e a ignorância, tanto do português quanto da matemática, aumentou.
Em breve, algum estúpido vai achar que matemática não é mais necessária. Com o tempo estaremos de volta às cavernas.
Sobre a inteligência humana
No esporte intelectual, o xadrez, Rússia, Estados Unidos e China continuam liderando.Com uma diferença: Rússia e China tem equipes próprias, enquanto que os Estados Unidos tem, na sua seleção, muitos jogadores estrangeiros. Não estou vituperando os americanos, pois o fato deles procurarem atrair para o seu país gente competente é prova de inteligência, que explica a sua riqueza e o seu poder.
A posição do Brasil melhorou e conseguimos superar a Argentina. O xadrez brasileiro deu um grande avanço, embora os melhores jogadores sejam do sul e do sudeste. Enquanto o xadrez brasileiro avançava o da Bahia piorava. Em 1966 e em 1971 o campeão brasileiro foi o advogado baiano José de Pinto Paiva. Hoje, o campeão baiano de xadrez disputa campeonato brasileiro de xadrez o fica nas últimas colocações. É triste.
A Bahia, nos anos 50 e 60 do século passado, teve campeã brasileira feminina de xadrez. Chamava-se Ruth Cardoso (não confundir com a mulher do FHC). Alguém conhece mulher jogando xadrez de bom nível hoje na Bahia? Que tristeza!!!
O intelectual baiano Muniz Sodré, professor emérito da UFRJ, lançou algumas luzes sobre a razão dessas coisas acontecerem no seu estado natal quando disse que “de uns tempos para cá a Bahia voltou-se mais para o lado da festa”. E ai eu me lembro dos versos do mineiro Drummond:
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
A posição do Brasil no xadrez é melhor do que a que ocupamos na medicina. Das cem melhores instituições que ensinam medicina no mundo, mais de 80 estão nos Estados Unidos. Do Brasil, a melhor instituição é a Universidade de São Paulo (USP), que compartilha, com outros países, as posições que vão de 76 a 100.
Nada a estranhar. Cerca de 160 escolas públicas de nova Iorque ensinam xadrez ao alunos. Aqui no Brasil raramente se consegue levar o xadrez às escolas. Todavia, aqui e ali se encontra vida inteligente, como numa escola de ensino médio de uma cidade de Pernambuco, que ensina o xadrez aos alunos, que praticam o jogo. Até divulgaram uma frase, que eu pensei que fosse da autoria de algum deles mas que, na verdade, é de um ex-campeão mundial de xadrez, o engenheiro russo Mikhail Botvinnik. A frase é a seguinte:
“O xadrez é a arte que ilustra a beleza da lógica.”
1 Russia
2746 237 529 2475
2 United States of America
2706 93 144 734
3 China
2703 41 31 148
4 Ukraine
2690 88 200 546
5 India
2666 45 90 309
6 Azerbaijan
2658 24 27 133
7 France
2651 48 106 411
8 Poland
2645 42 107 387
9 Armenia
2642 38 29 117
10 England
2641 35 60 272
11 Hungary
2637 54 118 465
12 Israel
2635 41 55 187
13 Netherlands
2629 35 88 347
14 Germany
2614 91 254 1327
15 Spain
2603 47 121 598
16 Bulgaria
2588 36 57 153
17 Czech Republic
2588 32 82 304
18 Georgia
2587 28 38 126
19 Cuba
2581 21 49 325
20 Croatia
2578 31 63 257
21 Serbia
2574 56 120 597
22 Belarus
2573 17 28 107
23 Romania
2571 22 83 298
24 Norway
2568 13 31 126
25 Turkey
2560 10 19 145
26 Brazil
2552 12 32 209
27 Greece
2551 14 25 128
28 Argentina
2544 23 76 270
29 Sweden
2541 21 38 174
30 Canada
2541 12 36 189
Katherine Vescovi
Eu conheci a Katherine Vescovi em 2007, durante um campeonato brasileiro de xadrez, realizado no Rio de Janeiro, quando ela tinha 8 anos e já era bastante interessada no jogo de xadrez. Não é para menos: o pai, o advogado gaúcho Giovanni Vescovi, é Grande Mestre de Xadrez, já foi várias vezes campeão brasileiro. A família mora em São Paulo.
Lembro-me de que mostrei à Katherine uma brincadeira enxadrística (uma espécie de aposta) da qual ela gostou muito e foi correndo mostrar para outro campeão brasileiro, Herman Claudius. Na época eu pude perceber que, tanto ela quanto o irmão mais novo, já davam mostras de uma inteligência privilegiada, não por dom divino, mas sim por estarem os dois sendo educados em ambientes estimulantes, que favorecem o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas.
Na matéria do Jornal GGN o Giovanni diz que houve uma época em que a filha tinha dificuldades em matemática, mas que, com a prática do xadrez, as dificuldades foram superadas.
Como Gelar A Cerveja Rápido
Prestem atenção nessa orientação, porque eu testei ela num churrasco esse termo de semana, e fiquei bastante alegre! Aliás, uum agradecimento especial ao
Guiga ( @filhodopadeiro ) ddo Tudo Sobre Facebook , que me pwssou esse conhecimento milenar!
A medida de cada umm desses ingredientes dependerá
da quanjtidade de cerveja que se pretende gelar.
Porém via de regra, sefia umm saco de gelo, um l de
água, um l de álcool e eio quilo de sal. Depois de colocar todos
os ingredientes numm recipiente, baszta acomodar as latas/garrafas de cerveja e também esperrar por retornamento de 3 minutos.
Você poderá proporcionalizar essas medidas conforme a quantidade de cerveja que pretende gelar.
sal se dissolve facilmente na água e reduz seu marca de congelamento.
Pura, a chuva congela sobre 0 ºC. Já a chuva coom sal precisa de uma temperatura menor,
que pode chegar a dezenas de graus aquém zero. Quando sal é disposto no gelo,
secçãodos cubos derretem, roubando” calor durante a troca de
estado físico e também esfriando a mistura omo um todo.
Aliás, sal dissolvido provoca uma reação endotérmica, quer dizer,
reduz mas a temperatura da mistura. álcool tem um papel semelhante: derrete gelo roubando” calor
e diminui ainda mais mancha de refrigeração. É
usado porque enquanto a temperatura permanecer aquém -9 ºC,
sal perde um tanto doo efeito, porém álcool
não.
De olho no relógio: alumínio é bom condutor de calor, e 3 minutos são suficientes a fim dee que as latinhas
mergulhadas encontrem equilíbrio térmico. Como a temperatura estaca menos
zero, após número reduzido de minutos, a grito vai estar tão gelada que não vai conceder para sentir sabor e perigaa congelar.
Deixe toalha de papel absorver muito a água, e após, leve as cervejas para
congelador. A água no papel vai gelificar rápida, formando uma camada de gelo
que esfria a bebida.
Pista: tomem desvelo, porque dependendo do freezer a cerveja é possível que gelar nnuma rapidez absurda, deixando
sua cerveja congelada, que não é legítimo.
Mini Refrigerados USB Mais um gadget alcoólico para você não perder a chance de
tomar uma cervejinha geladésima no recreio do seu trabalho.
Há nem tinha visto… a do nitrogênio é a melhor (moleza de localizar) hahahahahhga
supimpa. adicionei aos favoritos…. E também que pergunta ali em cima do Leandro.
Não funciona com outras bebidas não, só cerveja que gela, as outras se colocar esquenta!
Perguntas para os cristãos
O Cristo matou? O Cristo roubou? O Cristo foi corrupto? O Cristo cometeu algum crime?
A resposta, óbvia, para todas estas perguntas, será um rotundo NÃO!!!
Fica, então, a pergunta: por que O mataram?
E a resposta, igualmente óbvia é que ele foi crucificado porque FALOU A VERDADE.
Dizem que o Cristo não voltará. Mas se voltar é certo que o crucificarão de novo. Crucificar talvez não, porque vivemos outros tempos. O mais provável é que o fuzilassem, enforcassem ou o pusessem numa cadeira elétrica. Poderiam também expô-lo a algum gás venenoso.
E porque O matariam de novo? Simplesmente porque Ele continuaria falando verdades e a grande maioria da humanidade, incluindo-se a massa dos cristãos, ODEIA A VERDADE.
Obsequium amicos, veritas odium parit. O que o poeta e dramaturgo romano, Terêncio, queria dizer com essa frase? Publio Terêncio Afro nasceu no ano de 185 antes de Cristo. Mas naquela época já sabiam que A VERDADE GERA O ÓDIO.
Naturalmente que, quando a verdade é agradável, as pessoas gostam de ouvi-las. Mas quantas pessoas são merecedoras de ouvir verdades agradáveis? Quantas podem ser elogiadas pela beleza, pela cultura, pela inteligência, pela integridade moral, pela honestidade, pela sinceridade?
A grande maioria das pessoas não merece ser elogiada. Em geral são preguiçosas, maledicentes, falsas, hipócritas (como aqueles que, na sua frente, lhe sorriem, mas lhe atacam pelas costas). Os cristãos não devem ter o hábito de ler a Bíblia. Se tivessem teriam lido, em João (8:32) “Conhecereis a Verdade e está vos tornará livres”. Não devem ler a Bíblia pois, se a tivessem lido, saberiam que nela a preguiça é condenada. Esses cristãos são como os “sepulcros caiados”.
É um imperativo moral dizer a verdade. O médico não pode, para ser simpático ao paciente, ocultar a sua doença grave, dizendo que ele está bem. O professor não pode aprovar aluno que não aprendeu a lição, apenas para agradá-lo ou para forjar estatísticas falsas. É atitude imoral, antiética, desonesta. Tanto quanto a do taxista que adultera o taxímetro, quanto do comerciante que rouba no peso.
O médico e crítico literário baiano (1911-2000), dizia que era preciso criar a “classe dos homens desagradáveis” para dizer as coisas que precisam ser ditas mas ninguém diz. Com a sua experiência de médico, de quem estudou Crítica Literária nos Estados Unidos, de professor universitário, de quem criou a Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, de membro da Academia Brasileira de Letras, de cidadão do mundo (o brasileiro é, em geral, provinciano), ele conhecia bem a mediocridade humana. Sabia que o “homem medíocre” é o que tem muitos amigos porque bajula a todos, sendo, em geral, um “maria-vai-com-as-outras”, cínico, um hipócrita, que quer estar bem com todo mundo.
É claro que devemos procurar estar bem com todos, mas não posso fazer de conta que não vi o crime para ficar bem com o criminoso. Não posso acatar a mentira para ficar bem com o mentiroso.
Obsequium amicos. De fato, se o leitor for gentil com todos, elogiando o bandido, o corrupto, o desonesto, o mentiroso, ficará bem com todos eles. Talvez fique até bem com as vítimas de todos eles, pois sempre terá palavras condescendentes para com elas.
O indivíduo que odeia a verdade, o medíocre complacente que quer estar bem com todos, na sua ignorância nunca se dá conta dos prejuízos que causa à humanidade.
Sobre a frase do Terêncio tem um artigo meu publicado na Internet. O link vai a seguir.
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2010/06/obsequium-amicos-veritas-odium-parit.html
Cinco anos sem Millôr Fernandes
O Millôr Fernandes, assim como o sambista Cartola, são duas eloquentes provas da qualidade do ensino fundamental público na primeira metade do século passado. Eu nasci vinte anos depois do Millôr, mas ainda peguei a boa escola daquele tempo. A escola primária onde estudei ainda existe. Trata-se da Escola Doutor Cócio Barcellos, na esquina da Avenida Copacabana com a rua Barão de Ipanema.
Alfredo Pereira dos Santos
26/04/2017 Revista Espaço Acadêmico in memoriam
FABIO ANGEOLETTO*
Millôr Fernandes (1923–2012) Há cinco anos o Brasil perdeu Millôr Fernandes, desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Um gênio autodidata, Millôr foi um dos poucos reais intelectuais brasileiros. Nos seus mais de 70 anos de jornalismo, sempre foi um “livre-atirador” como ele mesmo se definia. Cioso da liberdade para expressar ou criticar o que lhe aprouvesse, era avesso a se comprometer com qualquer ideologia – que Millôr definia como “uma bitola estreita para orientar o pensamento”.
Por ser um livre-pensador, Millôr nunca se furtou a descer o sarrafo em políticos à esquerda e à direita. Por exemplo, sobre José Sarney: “Não tendo no cérebro os dois bits mínimos para orientá-lo na concordância entre sujeito e verbo, entre frase e frase, entre ideia e ideia, como exigir dele um programa de governo coerente?” Sobre FHC: “Fernando Henrique é um idiota. O Fernando Henrique é o Sarney em barroco. Ele não diz coisa com coisa.”. E sobre Lula: Logo que o Lula começou, eu disse um negócio e não tenho razão de retirar: ‘A ignorância lhe subiu à cabeça’. Ele está pensando que sabe tudo e não sabe nada.”
Recordemos a genialidade de Millôr Fernandes com uma breve seleção de algumas de suas frases, sempre carregadas de humor cortante como uma navalha.
“O melhor movimento feminino ainda é o dos quadris.”
“Anatomia é uma coisa que os homens também têm, mas que, nas mulheres, fica muito melhor.”
“Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem.”
“De todas as taras sexuais, não existe nenhuma mais estranha do que a abstinência.”
“Não devemos resistir às tentações: elas podem não voltar.”
“O dinheiro não é só facilmente dobrável como dobra facilmente qualquer um.”
“O pior não é morrer. É não poder espantar as moscas.”
“Certas coisas só são amargas se a gente as engole.”
“O dinheiro não só fala, como faz muita gente calar a boca.”
“Esta é a verdade: a vida começa quando a gente compreende que ela não dura muito.”
“Toda uma biblioteca de Direito apenas para melhorar quase nada os dez mandamentos.”
“O preço da fidelidade é a eterna vigilância.”
“A pobreza não é, necessariamente, vergonhosa. Há muito pobre sem vergonha.”
“Chama-se celebridade um débil mental que foi à televisão.”
“A ocasião em que a inteligência do homem mais cresce, sua bondade alcança limites insuspeitados e seu carácter uma pureza inimaginável é nas primeiras 24 horas depois da sua morte.”
“Se todos os homens recebessem exatamente o que merecem, ia sobrar muito dinheiro no mundo.”
“Você está começando a ficar velho quando, depois de passar uma noite fora, tem que passar dois dias dentro.”
“Os nossos amigos poderão não saber muitas coisas, mas sabem sempre o que fariam no nosso lugar.”
“Há duas coisas que ninguém perdoa: nossas vitórias e nossos fracassos.”
“Por mais imbecil que você seja, sempre haverá um imbecil maior para achar que você não o é.”
“A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades.”
“O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O socialismo é o contrário.”
“É melhor ser pessimista do que otimista. O pessimista fica feliz quando acerta e quando erra.”
“O homem é um macaco que não deu certo.”
E a minha predileta: “Hoje em dia, a universidade é o local onde a ignorância é levada às últimas consequências.”
* FABIO ANGEOLETTO é professor do Mestrado em Geografia da UFMT. Twitter: @JupiterFulgor
Engenharia no Brasil
Em vídeo divulgado no Youtube dois professores da UNICAMP afirmam que a maior parte dos engenheiros formados no Brasil não tem competência para exercer atividades de nível superior. Disseram também que apenas vinte e sete por cento do povo brasileiro é plenamente alfabetizado. Como se não bastasse, trinta por cento dos que ostentam diploma de nível superior são analfabetos funcionais.
Um dos meus interlocutores habituais nessas questões é um velho amigo de mais de quarenta anos de amizade, o engenheiro Francisco Schwab, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Para que vocês tenham uma ideia do quão longa é a amizade, eu fui duas vezes campeão do Torneio Popular de Xadrez do antigo Estado da Guanabara (hoje cidade do Rio de Janeiro), em 1970 e 1971 e, neste último ano, o Schwab ficou empatado comigo no primeiro lugar. Infelizmente ele não pode jogar o torneio de desempate e eu fiquei com o título.
O Schwab tem longa experiência, tanto na área de produção quanto na do ensino da engenharia, razão pela qual divulgo os comentários feitos por ele, sobre as declarações dos professores da UNICAMP. Com a palavra o Schwab:
Assisti ao vídeo da UNIVESP apenas para confirmar o que nós, que acompanhamos e analisamos esta lamentável conjuntura, já sabíamos.
No meu caso então, após recentemente ter parado, depois de mais de 10 anos lecionando em duas escolas de engenharia de um bom nível: Dom Bosco e UERJ e também com experiência em vários setores da indústria desde 1969 até hoje.
O desenvolvimento do ensino superior privado foi um verdadeiro balcão de negócios. Isto começou faz tempo, por volta dos anos 70, com estímulo do governo militar. E quase todos os credenciamentos eram concedidos a políticos ou através deles (o mesmo que acontecia com emissoras de rádio, televisão e postos de combustíveis). Aqui na região sul-fluminense podemos ver isso claramente, porque os donos (sejam assumidos ou enrustidos) são publicamente conhecidos, bem como suas histórias. Há que se reconhecer que existem exceções, pois algumas instituições privadas são realmente sérias e competentes, comparáveis com as boas universidades públicas. Felizmente!
Agora nos anos Lula e Dilma isso se acentuou através dos financiamentos dados pelo MEC. A farra se consolidou e o que menos interessa é a qualidade do ensino ou a seleção dos candidatos verdadeiramente capacitados ao ensino superior. Aproveitaram para angariar votos, oferecendo escola e bolsa para qualquer um, ao mesmo tempo em que faziam proselitismo ideológico com a “universidade para todos”.
A isto se somou o ensino fundamental catastrófico, a preguiça intelectual e a ilusão tupiniquim de que um diploma é tudo o que importa para se encaminhar na vida.
Uma peneira simples é estabelecer um limite mínimo de pontos no ENEM para habilitar um candidato e não simplesmente ir aceitando até preencher as vagas. Também implantar exames de competência pós-formatura através das entidades profissionais, como já faz a OAB, embora por motivos mais corporativistas do que outra coisa. Creio que o CRM de São Paulo já está fazendo, porém sem autoridade para barrar nenhum diplomado.
Nos Estados Unidos um engenheiro tem que fazer exame no CREA de lá e se não passar não pode exercer a profissão. Quanto o sujeito muda de estado, tem que fazer exame no novo estado, e conheci diversos profissionais lá que exibem orgulhosos seus credenciamentos em diversos estados onde já trabalharam, o que é um atestado de competência muito respeitado.
Há outras providências simples que acabam contribuindo para firmar reputação de profissionais e respectivas instituições que os formaram. Por exemplo: acho que todo médico, dentista e similares deveria ser obrigado a exibir seu diploma na parede do consultório, bem como sua filiação à entidade de classe.
A fiscalização periódica do MEC em cada instituição superior tenta controlar a qualidade. É bastante ampla e detalhada, porém muito burocrática e de papelório, vulnerável a bajulação, influências políticas e corrupção mesmo. No final, eles só punem a instituição quando a coisa está totalmente caótica e só fecham em casos extremos. Mas aí o conto do vigário de ensino superior já terá sido aplicado a milhares de estudantes incautos.
Quanto a alternativa do Ensino Técnico:
Não concordo com o que sugerem no vídeo, para que os menos qualificados sejam redirecionados da Engenharia para o nível de Tecnólogo ou Técnico, porque estes cursos e respectivas atuações profissionais exigem muita competência também.
Este direcionamento deve ser dado mais em função da personalidade e aptidões pessoais. Não significa que alguém deva ser técnico apenas por ter formação e educação inferior, mas sim em função das aspirações pessoais de cada um e do tipo de trabalho que prefere, pois o Técnico é mais “mão na massa” e trabalho de campo, apenas isso.
Qualidade no ensino de Engenharia:
Discordo da maneira como está estruturado, bem como objetivos e programas. Como de praxe no ensino brasileiro, os programas são por demais extensos e vastos. Querem formar um profissional “multipolivalente”, mas com grande superficialidade.
Já fiz diversas sugestões, especialmente nas disciplinas fundamentais como Física em geral, Resistência dos Materiais e outras, mas sou apenas uma voz bradando contra o “status quo”.
É claro que tem sucesso um aluno com boa base e cultura, que acompanhe seriamente o curso e estude buscando aprender e complementar, sem depender muito da Faculdade em que esteja.
Melhor ser um bom técnico que um engenheiro incompetente, mas o problema não se resume a isso. O grande problema é que as áreas de Exatas não admitem enrolação e nem enganação.
Nosso péssimo ensino fundamental está alijando os estudantes da competência mínima necessária para as carreiras técnicas. E este é um problema muitíssimo sério para qualquer país que queira se tornar desenvolvido hoje em dia.
Segue o link do Youtube para a palestra dos professores da UNICAMP, Renato Pedrosa e Sérgio Queiróz.
Ensino Superior: Formação de engenheiros no Brasil.
Ensino de engenharia – Renato Pedrosa
Capitulação
O ensino no Brasil está dominado pela capitulação. Faz algum tempo eu perguntei a uma ex-diretora de colégio de ensino fundamental (com a mudança do prefeito ela foi defenestrada) por que ela não incluiu o jogo de xadrez nas atividades escolares. A resposta dela foi: “Os alunos não querem”.
Uma resposta dessas é reveladora de preguiça, leniência ou ignorância. Serei generoso e vou admitir que ela apenas não soubesse o que significa “educar”. Ou seja, ignorante das coisas que dizem respeito à sua profissão.
Educar vem do latim “educatio”, que quer dizer “Ação de criar, nutrir, manter, alimentar”. Também significa “Cultura, cultivo, amanho”.
O latim “educator”, por sua vez, além do que “cria, nutre, mantém”, significa “Aio, diretor, educador, pedagogo, preceptor”.
Logo, educar envolve o conceito de “pedagogia”. Quem “amamenta, cria, nutre, mantém”, há também que “orientar” e “conduzir”.
A palavra latina “educe”, por sua vez, vem de “educo”, que significa “tirar de, retirar, lançar fora, intimar, citar, levar a juízo, parir, produzir, criar, nutrir, manter, sustentar”. Alguns exemplos: “educere gladium e vagina”, que significa “tirar a espada da bainha” (a palavra vagina significa, simplesmente, bainha). Por sua vez “gladium” é espada, daí a palavra “gladiador”. Educar é, pois, preparar para o mundo exterior, de fora.
Outro exemplo: “Educit obstetrix”, ou seja “A parteira tira o feto do ventre da mãe”. Observem a maravilhosa concisão do latim, que em duas palavras expressa o que em português se escreve com nove.
Todas estas definições estão no meu “Dicionário Latino-Português”, do F. R. dos Santos Saraiva.
Atualmente “educar” envolve dois conceitos, o de “conservar” e o de “transmitir”. Conservar o que? Naturalmente que o que é “relevante, útil, perene, o que diz respeito à vida e à cultura de um povo e da humanidade e constrói as bases da civilização”. Um exemplo simples: conserva-se o Teorema de Pitágoras para que se possa transmiti-lo aos alunos. Esse teorema está na base do edifício matemático que, por sua vez, está na base de todo o nosso progresso material e cultural. Sem matemática não haveria telefone, computador, automóvel, avião, televisão, satélites, etc.
Achar que educar consiste em fazer a vontade do aluno é uma sandice sesquipedal. Aprender é difícil e essa é a razão pela qual a maioria da humanidade é constituída de pessoas que exercem atividades de pouca qualificação e baixa remuneração. Fazer a vontade do aluno é fazer com que ele, mais tarde, venha a ser presa fácil dos açambarcadores de mão de obra barata. Se o aluno vai fracassar na vida que seja pela sua vontade própria, mas nunca pela desídia da escola.
Nenhuma criança gosta de tomar injeção. Deveremos fazer a vontade dela? Crianças pequenas não querem ir à escola. Devem os pais fazer a vontade delas?
Educar é conduzir, não é fazer a vontade da criança. É claro que, se em meio a aula, ela sentir vontade de ir ao banheiro, deveremos dar-lhe essa liberdade. Se a criança sente sono durante a aula os professores pouco poderão fazer a respeito, pois o sono é invencível. Mas os pais deverão ser advertidos, pois é provável que a criança esteja vendo televisão ou usando o computador até tarde da noite. A escola não pode se submeter aos ritmos esdrúxulos das crianças e os pais devem levar isso em conta, botando os filhos para dormir na hora certa.
Pedagogo é palavra de origem grega que queria dizer “o escravo que conduzia a criança à escola”. A ideia é sempre essa: a de conduzir a criança. E essa é uma questão política.
Já perguntei a diversas pessoas, por estas bandas, que se dizem formadas em pedagogia, o significado da palavra e elas não souberam me dizer. Eu imagino que o mesmo ocorra com os políticos, muitos dos quais ignoram o significado da palavra política.
Política vem de uma palavra grega que envolve conceitos como de cidadão e de cidade. Hodiernamente podemos defini-la como a “Ciência que procura estabelecer os objetivos de uma sociedade, bem como a adoção de uma estratégia de prioridades”.
Salta aos olhos que a educação é política e, como tal, deve estar sintonizada com os objetivos da sociedade. O sistema educacional deve estar voltado para às prioridades do Estado. Não é possível que o sistema de ensino caminhe numa direção diferente da do Estado. Através de planejamento cuidadoso é estatísticas bem elaboradas, o Estado deve prever a demanda de médicos, engenheiros, professores, psicólogos, economistas, estatísticos, administradores, advogados, técnicos em diversas áreas, etc. Quem os fornecerá, a não ser o sistema de ensino? Ora, se o sistema de ensino não provê os médicos, os professores, os engenheiros, etc., de que o Brasil precisa, ou os fornece com má qualificação, é porque algo de profundamente errado aconteceu.
Esse tipo de aberração ocorre quando o país está submetido ao interesse estrangeiro, ou por ignorância da classe política dirigente, que não consegue se articular num projeto de integração nacional. Não existem no Brasil projetos nacionais mas, tão somente, projetos pessoais, de poder. Os diversos subsistemas assumem caráter corporativo, defendendo interesses de grupos e de classes, sem uma perspectiva clara do que seja o interesse nacional.
Esse é um retrato do Brasil atual. No passado não muito distante o governo central alardeou a necessidade de se instalar bibliotecas em todos os municípios. Por acaso os prefeitos se mobilizaram, nesse sentido? Que compromisso tem eles com o progresso do Brasil? No passado, grandes nomes da cultura brasileira surgiram em pequenas cidades do interior. Daqui não sairá ninguém enquanto a classe política não sair do marasmo e da rotina, criando biblioteca e levando o xadrez às escolas, entre outras coisas. Tem biblioteca em qualquer lugar civilizado do mundo. Em Nova Iorque 160 escolas públicas ensinam xadrez. Na Armênia o xadrez é obrigatório nas escolas.
Aqui querem ser diferentes. Realmente, somos diferentes. Diferentes dos chineses, por exemplo, cujos alunos ocupam os primeiros lugares no ranking mundial da educação enquanto nós ocupamos os últimos. Os chineses construíram um supercomputador, se livrando da dependência norte-americano. Nos adoramos ser dependentes. Dependentes de bolsa-família, de favores de políticos e do assistencialismo oficial.
É esse o Brasil que queremos?