Joaquim Barbosa diz que não decidiu se será candidato

Joaquim Barbosa diz que não decidiu se será candidato
Joaquim Barbosa disse: “Ainda não consegui convencer a mim mesmo que devo ser candidato”. Foto Internet

Cotado para ser o candidato do PSB à Presidência da República, o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa afirmou nesta quinta-feira (19) que ainda não decidiu se será candidato, mas classificou como “muito bom” o resultado da pesquisa Datafolha divulgada no último domingo (15).

Barbosa obteve entre 8% a 10% das intenções de voto no levantamento, chegando a ficar em terceiro lugar em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Para quem não frequenta ambiente político, não dá entrevista, que leva uma vida pacata, está muito bom, né?”, disse o ex-ministro, que se aposentou do Supremo em julho de 2014.

A primeira declaração a jornalistas desde que se filiou ao PSB no último dia 6 foi dada na chegada de Barbosa à sede do partido, em Brasília, onde ele se reuniu com a cúpula da legenda na quinta (19).

O possível presidenciável foi recebido por mais de 10 militantes da Negritude Socialista Brasileira, que levaram cartazes com a foto dele e frases como “compromisso para mudar o Brasil”.

Cercado por jornalistas na entrada da sede do partido, Barbosa foi abordado por uma militante do movimento negro do PSB e se negou a parar para cumprimentar o grupo que o aguardava. Informou que tinha “horário” a cumprir. Eram 14h35 e a reunião estava marcada para as 14h30.

No dia de sua filiação ao PSB, no último dia 6 e véspera do fim do prazo para quem pretendia disputar cargos eletivos, Barbosa divulgou um comunicado falando sobre suas intenções eleitorais e admitiu pela primeira vez a possibilidade de concorrer ao Palácio do Planalto.

“No ano passado, fui estimulado por amigos a manter conversas com líderes de partidos políticos com vistas a uma possível filiação e candidatura a cargo eletivo. Essas conversas mostraram-se mais construtivas e consequentes com o PSB, presidido pelo doutor Carlos Siqueira”, escreveu o ex-ministro.

No comunicado, Barbosa ponderou, no entanto, que “dar esse passo –sobretudo neste momento conturbado da vida nacional– tem sido um dilema pessoal” para ele.

“Não mudou nada em relação à nota que eu divulguei na internet no dia em que eu me filiei ao PSB. Ou seja, há dificuldades dos dois lados”, disse Barbosa ao ser indagado após a reunião sobre o que falta para decidir se será o candidato do partido.

“O partido tem a sua história, tem as suas dificuldades de alianças regionais e eu, do meu lado, tenho as minhas dificuldades de ordem pessoal. Eu ainda não consegui convencer a mim mesmo de que devo ser candidato. Persiste essa dúvida muito grande da minha parte”, declarou.

No entendimento do ex-ministro, que hoje atua como advogado, a candidatura afeta sua vida pessoal, a de seus familiares e “de várias pessoas do entorno”. Questionado se a família é contra a incursão eleitoral, ele respondeu que “não é a favor”.

Na nota, ele destacou que, embora, uma parcela considerável das lideranças do partido externe simpatia por sua filiação, “o fato é que, em total transparência, o PSB deixou claro que não me garante de antemão a legenda para uma possível candidatura à Presidência da República”. “Tal arranjo me convém, pois, como dito anteriormente, ainda questiono se devo ou não ingressar na disputa político-eleitoral”, acrescentou.

Questionado ao final da reunião se não temia perder eventuais apoios por conta da demora em definir a candidatura, Barbosa respondeu com duas palavras em inglês: “Who cares? [“quem se importa?”, em português]. Perguntado se apoiaria uma reforma da Previdência, Barbosa desconversou e disse ainda que não é candidato.

 

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