A vida neste século é uma enchente de imagens de celular, câmeras e um jornalismo vinte quatro horas atingindo todo o globo terrestre e mudando a cada instante. Dizem que os amnésicos não apenas perdem a capacidade de se lembrar do passado, como também, são incapazes de imaginar o futuro, e de certa forma somos todos amnésicos devido a velocidade dos acontecimentos. Mas toda memória é adquirida no contexto de um determinado estado emocional, como o desta barbaridade.
O racismo é uma forma cruel de poder e qualquer poder, mesmo de um segurança de supermercado, faz nascerem maus instintos. O poder está tão no controle, que jamais se permite reduzir a velocidade do preconceito racial a ponto de sentir qualquer coisa. Neste ano cinzento que vivemos com desemprego, distanciamento social e tensão de todo tipo, a carência se destaca, e não a humanidade.
Li quase todos os livros de Herman Hess. Era um sábio que ajudou uma geração a se tornar melhor. Em algum lugar da minha alma ele esta vivo, desde que li Gertrud, quando morei no interior ganhei a certeza de que há verdades profundas só acessíveis pela arte. Hesse revelou a via da sensibilidade e da beleza, mesmo que seja para as verdades mais duras como o racismo. O que o racismo convoca por um lado, a busca da sabedoria das profundezas de Hesse evocava por outro. A razão e a sensibilidade. Saída da experiência da guerra, a civilização alemã parecia buscar na cultura sua via de reintegração com o mundo.
O jogo das contas de vidro. Livro de Hesse imagina a utopia de um mundo guiado pela arte combinatória da música: uma ilha de civilidade que parece apontar o tempo todo seu negativo: a barbárie do mundo pós-Segunda Guerra. Hoje como está a cultura de um segurança do Carrefour?
Destino foi a vida de João Alberto, com o sentimento de que somos bichos e quem faz a mudança na história é a educação e cultura de todos nós .
O texto e o conteúdo trás confiança de que tudo pode ser melhor através da educação.