Os médicosl, além de perder a função poderão ter seus direitos políticos suspensos e pagar uma multa civil de até cem vezes o salário
Quatro médicos de Jequié, sudoeste da Bahia, foram acionados pelo Ministério Público acusados de improbidade administrativa depois de abandonarem ou deixarem de comparecer a plantões de emergências no Hospital Geral Prado Valadares (HGPV), que fica na cidade.
Segundo o promotor de Justiça Marcos Santos Alves Peixoto, os obstetras Evandro Célio Néri Novaes, Adroaldo Raimundo da Silva Freitas e Bruno Souza de Araújo, além do clínico geral Joaquim Mendonça de Oliveira, deixaram de cumprir suas escalas de plantão no hospital sem apresentar as devidas justificativas.
Por conta da ausência dos médicos e da falta de atendimento, muitos pacientes precisaram ser transferidos para outros hospitais. Um bebê chegou a morrer por conta da situação, segundo o MP.
Os médicos, que eram servidores públicos contratados pelo hospital, além de perder a função poderão ter seus direitos políticos suspensos e pagar uma multa civil de até cem vezes a remuneração que recebem. Os profissionais podem ter que pagar por indenização por dano moral coletivo o valor de R$ 500 mil, que seria depositado no Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.
Segundo a ação, o setor de obstetrícia do HGPV ficou totalmente sem médicos, tendo sido necessário que os sete pacientes internados e não atendidos no plantão anterior fossem transferidos para o Hospital de Ipiaú. Além destes pacientes, outras 12 mulheres em trabalho de parto deram entrada na unidade durante as 24 horas, sendo que uma já chegou em estado avançado e foi transferida imediatamente para o Hospital de Ipiaú onde foi submetida a uma cesariana de emergência. O recém-nascido precisou ser reanimado, porem não resistiu e foi a óbito.
Fonte: Correio