Jeitinho brasileiro

Jeitinho brasileiro

Todo brasileiro, fora do circulo do poder político, aqueles que vivem sedados com o dinheiro público, desconfia que estar sozinho e ao abandono trancados do lado de fora da vida, como José, miúdo, magro, pálido, e desempregado que mora num povoado pobre, e que toda manhã anda 10 km para fazer biscate e sua mulher que transporta em baldes para casa, a água para preparar alimentos, onde não existe saneamento nem emprego, e sem expectativa de um futuro melhor, onde a impressão é estar afundando num pântano longe das condições perfeitas dos países desenvolvidos.

Lutamos contra o caos do estado brasileiro, este sistema de viver que vem do sangue dos que nos geraram, é algo que anda para trás até a noite dos tempos do descobrimento. No Rio de Janeiro, dizia-se que os mercadores de escravos que saíam da África e seguiam para o Rio da Prata e tinham que parar no Rio para abastecer, já sabiam que tinham que pagar propina ao governador da capitania. Para que essas embarcações parassem na costa era exigido algum tipo de contribuição ilícita, como o direito de subir a bordo e escolher os melhores escravos.

Estes governadores das colônias como Sérgio Cabral Filho e Eduardo Cunha, são corruptos, como toda classe política desde o século 16, nos perdemos neste pântano que mistura hoje violência urbana devido a desesperança e pobreza em consequência da corrupção, e assistimos impotentes, os ratos do poder dominarem a nação. Inclusive agora com a vacina da covid, países do primeiro mundo já salvando seus cidadãos e nós perdidos no pântano, sem um cronograma de vacinação, sem uma direção segura.

As mãos dos governantes manchadas de faudes, enquanto nas favelas o pobre sofre, morrendo em hospitais sem médicos ou insumos básicos, nas ruas pela violência e sem transporte decente, e sendo massacrados pela falta de uma educação de qualidade. São considerados parafusos insignificantes na máquina do estado e cada dia o estado os enxerga menos e as vezes até nem os enxerga mais, depois de um certo tempo assim vamos nos diluindo no silêncio. Este modo de viver deixam-nos com a certeza de que estamos sofrendo e que algo morreu na alma com tanta corrupção e se não conseguirmos trasformar seremos sempre um zumbi na mão das classes dominantes.

*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe no site www.osollo.com.br.

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