A casa de meu bisavô, em Queimadas, é chamada “Chalé”, construída em 1911, com muitas janelas, não entendia porque aquela quantidade, mas depois aprendi que para saber o nível de pobreza de uma pessoa, bastava saber o número de janelas. Sim, pobreza equivalia ao número de janelas. Se não havia janelas, ou se eram poucas, geralmente era uma pessoa pobre. Para aqueles que habitavam o mundo da pobreza, não existia o conceito de janela enorme ou magnífica. Para eles, janela era aquilo que supunham haver atrás do armário ou da estante enfiada num espaço apertado, aquela placa de vidro escurecida que nunca tinham visto aberta.
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