Itamaraju: PF investiga origem de tiros contra índios em ambulância

Equipes tentam identificar autor dos tiros contra ambulância especializada.

Mulher grávida já recebeu alta de hospital; caso ocorreu no extremo sul.

Itamaraju: PF investiga origem de tiros contra índios em ambulânciaO casal de índios que fugiu pela mata após a ambulância em que estava ser alvo de tiros no extremo sul da Bahia, neste sábado (3), foi liberado do Hospital Regional de Itamaraju, informou o cacique Zeca Pataxó, coordenador do Movimento Indígena, em torno das 17h. Equipes da Polícia Federal em Porto Seguro foram até o local. Um inquérito vai ser instaurado.

Por volta das 17h, o veículo ainda estava no local do crime para a perícia. O cacique disse que o carro foi atingido por 16 disparos, mas a polícia ainda não tem essa informação. A reportagem não consegue contato com o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Itamaraju, chamado para fazer a perícia do veículo.

A situação ocorreu depois que a mulher grávida e um homem deixaram a aldeia Boca da Mata em ambulância da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) porque ela sentiu dores de parto. Os dois saíram da ambulância e fugiram pela mata com os tiros – o motorista, também indígena, ficou ferido no rosto.

O cacique Zeca Pataxó, que é liderança da aldeia Coroa Vermelha, apontou que a mulher não chegou a dar à luz neste sábado. Os autores do crime ainda não foram identificados.

Não há relação confirmada do crime com a situação da disputa por terras, mas o pataxó disse que os indígenas retomaram as terras da região recentemente e, por isso, têm sofrido ameaça de produtores rurais, segundo conta.

“Eles estavam saindo da aldeia, por volta das 3h, e foram recebidos a tiros, sem saber de onde estavam vindo. Estava escuro. O motorista tentou dar ré e acabou caindo na ribanceira. Os dois ficaram escondidos na mata e, por volta das 4h30, policiais militares encontraram eles e levaram ao hospital. Ninguém viu quem foi, mas devem ter em torno de 50 pessoas escondidos na mata, eles chamam de segurança armado, mas nós chamamos de pistoleiros”, relata o Cacique Zeca Pataxó, também liderança da aldeia Coroa Vermelha.

 

 

 

Fonte: G1, com informações da TV Santa Cruz

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