Itamaraju: Mariposas infestam município

‘Invasão’ começou há 40 dias, foi contida, mas retornou há cerca de 4 dias.

Concentração de insetos é tanta que chega a cobrir o chão em certos locais.

Menos de dois meses depois de ‘invadir’ a cidade de Prado, no extremo sul da Bahia, uma infestação de mariposas tem deixado intrigadas as autoridades da cidade de Itamaraju, localizada na mesma região. Em determinados locais, a concentração dos insetos é tanta, que chega a cobrir o chão. Além dos gastos para conter a proliferação dos bichos, ainda não se sabe o motivo para a invasão repentina.

Gilma Teixeira, secretária de Saúde da cidade, contou à reportagem que as mariposas começaram a aparecer há cerca de 40 dias. “Elas começaram em alguns pontos específicos, principalmente onde há luzes fluorescentes”.

Ela disse que a administração municipal fez a borrifação de veneno e limpeza dos muros dos imóveis, conseguindo conter as mariposas, mas que elas voltaram. “Além do veneno, mandamos lavar todas as paredes de prédios públicos. Pedimos que os donos de imóveis particulares fizessem o mesmo. Mas há uns quatro ou cinco dias, as mariposas voltaram com tudo.

Por conta da infestação, a secretária conta que a população está preocupada com possíveis transmissões de doenças. “Nós já informamos que não há risco de doenças, a não ser reações alérgicas pontuais para algumas pessoas”, diz Gilma. “Entretanto a sujeira incomoda. A parede fica toda preta com as larvas das mariposas”, acrescenta.

Com relação às causas da infestação, a secretária afirma ainda não haver uma explicação. “Algumas pessoas têm dito que é desequilíbrio ambiental, outras dizem que é por causa de medicamento que jogaram nos eucaliptos, mas ainda não sabemos as causas de fato”, afirma.

Gilma ainda destaca que será realizada uma nova borrifação de veneno e limpeza dos locais onde há grande concentração das mariposas.

Prado

Em Prado, a infestação começou no fim de julho. De acordo com a secretária de Meio Ambiente do município, Benedita Barreto, nunca tinha acontecido algo do ripo em Prado. “São tantas mariposas que elas chegam a atrapalhar alguns comerciantes da cidade”, relatou a secretária na época.

A escola municipal Perolina Mascarenhas precisou passar por dedetização e, por conta disso, as aulas foram canceladas. Outra instituição ficou dois dias sem funcionar por causa das lagartas. “Isso aí tomou uma proporção enorme, a ponto da gente realmente suspender as aulas e tomar as devidas providências, que foi chamar a vigilância sanitária”, disse a coordenadora pedagógica Mariscléia Couto.

Segundo a secretaria de Meio Ambiente de Prado, as mariposas surgiram por causa de um desequilíbrio ecológico que ainda está sendo estudado. Uma das possíveis causas é a monocultura do eucalipto na região.

Mas as empresas de papel e celulose que atuam na área afirmam que o combate às lagartas pardas é realizado com a orientação de órgãos competentes, como a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). O produto usado no combate é biológico, não prejudica a saúde humana e não afeta a biodiversidade.

 

G1

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