Itabuna: Sem acordo, greve de professores chega a 50 dias

Sindicato informou que aguarda decisão da Justiça para nova audiência.

Categoria quer reajuste de 13,01%, enquanto gestão municipal oferece 8%.

A greve dos professores municipais de Itabuna, na região sul da Bahia, completa, nesta quinta-feira (9), 50 dias sem acordo. Segundo informações da assessoria de comunicação do Sindicato do Magistério Municipal Público de Itabuna (Simpi), uma audiência foi realizada no dia 29 de junho sobre o dissídio, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), mas o processo ainda não foi concluído. A categoria está parada desde o dia 21 de maio.

Os trabalhadores reivindicam 13,01% de reajuste para toda a categoria, atualização dos pagamentos do FTGS, melhores condições de trabalho, reforma nas escolas e regularização do vale-transporte. Gilvan Rodrigues, secretário de Comunicação da entidade, afirmou que a prefeitura permanece com a mesma proposta de 8% de reajuste salarial oferecida.

Ocupação

No dia 5 de junho, os professores desocuparam o prédio da prefeitura após quatro dias e três noites confinados. Os magistrados receberam ordem judicial na quinta-feira, dia 4 de junho, para deixar o prédio.

Na saída, os professores, que permaneceram em greve, entregaram chave simbólica e um buquê de rosas como forma de “agradecimento pela estadia”. Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, em Itabuna, acompanharam a retirada.

Liminar da Justiça

A juíza Jeana Silva Sobral, da 4ª Vara do Trabalho de Itabuna, expediu uma decisão que garante o direito de ir e vir e acesso ao trabalho dos servidores públicos, secretários municipais e diretores de departamento solicitando o funcionamento normal da prefeitura.

Além de reintegrar o prédio público à administração, o magistrado arbitrou multa diária de R$ 10 mil na hipótese do Sindicato do Magistério Público Municipal de Itabuna (SIMPI) se recusasse a descumprir a ordem judicial.

A prefeitura informou ainda que mantém a proposta de reajuste de 8% aos professores, em duas parcelas, após as nove rodadas de negociações com o sindicato, que exige 13,01% aos professores dos níveis II e III.

Início da greve

Os professores da rede municipal de ensino de Itabuna iniciaram a greve no dia 21 de maio, com passeata de cerca de 200 professores. A categoria já havia paralisado as atividades, em estado de greve, no dia 5 do mesmo mês.

Por meio de nota, a Prefeitura Municipal de Itabuna havia afirmado que a proposta de reajuste de 8% aos professores, após as sete rodadas de negociações, estava mantida. Antes de chegar aos 8%, com a primeira parcela de 5% retroativa a abril, e a segunda de 3% a ser paga em novembro, já havia sinalizado 7% de reajuste, também dividido em duas parcelas.

A prefeitura reafirmou que não há condição de aumento no percentual para os 13,01% pedidos pelos professores. E que, quando a Lei do Piso foi criada pelo Governo Federal, no Brasil, especialmente no Nordeste, haviam professores que recebiam salários entre R$ 100 e R$ 200 mensais. Então, o que se buscou foi corrigir isto, para que nenhum professor no País recebesse menos que o piso atual de R$ 1.917, informa o órgão.

Manifestação

Durante a manhã de terça-feira (5), cerca de 800 professores fizeram manifestação em frente à prefeitura da cidade, quando serviram café da manhã para outros professores, alunos e pais. Segundo dados do sindicato, são cerca de 1.333 profissionais em atividade na rede municipal de ensino do município em 100 escolas, entre zonas rural e urbana.

G1

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