O Banco de Sangue da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna é o principal prestador de serviços de Hemoterapia do Sul e Baixo Sul da Bahia. Atende adequadamente a mais de 10 instituições de saúde. Cidades como Camacan, Gandú, Iguaí, Ipiaú, tem suas unidades hospitalares abastecidas por bolsas de sangue enviadas pelo Hemonúcleo da Santa Casa. Das instituições externas, o Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães recebe o maior volume de componentes sanguíneos, com uma média de 400 bolsas/mês.
Considerando apenas os Hospitais da Santa Casa de Itabuna (Calixto Midlej Filho, São Lucas e Manoel Novaes), no mês de março/2016, por exemplo, 959 hemocomponentes foram expedidos, com destaque para os atendimentos hemoterápicos direcionados aos pacientes oncohematológicos e cirúrgicos. “Do total de hemocomponentes expedidos/distribuídos pelo Banco de Sangue, em média, 85% destinam-se aos usuários do SUS, e somente 15% aos demais usuários”, declarou o administrador do Banco de Sangue da Santa Casa de Itabuna, Jerônimo Polon.
Apesar de o sangue ser doado e, pela Legislação, não poder haver nenhuma relação monetária ou mesmo troca de vantagens para compensar o ato da doação, o Ciclo
Produtivo do Sangue coletado envolve procedimentos de média complexidade e requer a utilização de recursos tecnológicos, o que implica num alto custo de produção. “Apesar de o sangue ser doado voluntariamente, ele precisa ser processado e submetido a diversos exames. Disponibilizá-lo de forma segura ao paciente, ou seja, qualificá-lo dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pela Legislação, exige um custo operacional. No caso dos usuários do Sistema Único, esse custo é assumido pelo SUS. Em relação aos usuários de planos de saúde, esse custo é repassado às respectivas operadoras”, registrou Jerônimo.
Isso ajuda a desmistificar algumas ideias que pairam em torno dos Serviços de Hemoterapia, chegando a afugentar potenciais doadores carentes dessas informações. “Há mitos como o de pessoas que não doam, pois não recebem nada em troca. Outros não doam, por acreditar que o sangue é vendido. É preciso entender que esse ressarcimento, proveniente do SUS ou dos planos de saúde, cobre os custos com processamento e qualificação, etapas que tornam o componente sanguíneo seguro à transfusão e não, do sangue em si”, acrescentou o administrador.
A informação é a principal ferramenta do Banco de Sangue para conscientizar as pessoas que a doação é um ato de solidariedade. Por conta disso, a Santa Casa de Itabuna está lançando uma nova campanha, que tem como tema: “Sangue, hoje você tem, amanhã você pode precisar”. Ser doador é entender que vivemos em rede e precisamos manter este estoque abastecido para garantir a nossa própria sobrevivência. “O paciente pode ter todo dinheiro do mundo para pagar os melhores tratamentos, mas se ele não contar com a solidariedade de quem doou o sangue voluntariamente, pode inclusive perder seu bem maior, que é a vida”, finalizou Jerônimo Polon.
Por Ascom