Itabuna: Obra parada há 2 anos prejudica mais de 220 mil com falta d’água

Construção de barragem parou em 2013 após anulação de contrato.

Distribuição na cidade precisou de racionamento devido à situação.

A obra inacabada da barragem do Rio Colônia, em Itapé, no sul da Bahia, prejudica o abastecimento de municípios da região cacaueira, entre eles, Itabuna. Já foram investidos mais de R$ 32 milhões na primeira etapa, que teve início em outubro de 2012, e há dois anos a construção está parada. Sem a barragem, mais de 220 mil habitantes de Itabuna sofrem com a falta de água, além de outras cidades da região.

Caso estivesse pronta, a barragem teria capacidade para armazenar 62 bilhões de litros d’água, só que desde setembro de 2013, a obra está parada. Segundo o governo do estado, a empresa que iniciou os trabalhos da barragem pediu um adicional considerado abusivo e com isso o contrato foi anulado. Em Itabuna, mesmo nos períodos de chuva, quem mora na parte mais alta da cidade fica sem abastecimento.

A assessoria de comunicação da Casa Civil informou que o governo da Bahia sabe da situação atual da barragem do Rio Colônia e está tentando resolver os problemas que dificultam a execução da obra.

Como a água usada para abastecer a cidade não vem de um reservatório, ela é retirada de dois rios. O Almada, que fica na região do rio do Braço, em Ilhéus, e o rio Cachoeira, que fica em um ponto de captação de água no bairro de Nova Ferradas, em Itabuna. Porém, essas bombas de água só podem ser ligadas quando o nível do rio não está muito baixo.

“É um manancial muito sensível. Então, qualquer problema que haja de falta de chuva, de estiagem, ele sofre bastante e isso causa um problema no abastecimento de água de Itabuna. Na realidade, a barragem vai garantir por um período de 30 anos um abastecimento de água em Itabuna, sem problema, e perenizar o rio Cachoeira”, disse Ricardo Campos, presidente da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (EMASA).

Nesse sistema, mais de 220 mil habitantes de Itabuna dependem das condições climáticas, como a chuva, para ter ou não ter água em casa. Recentemente, a distribuição de água na cidade teve que ser racionada. Por causa do longo período de estiagem, muitos bairros ficaram sem água. Como nas últimas semanas tem chovido bastante, o nível do rio está normal, mas ainda não é o suficiente para abastecimento de todos os bairros.

A estudante universitária Adriana Sampaio mudou há sete meses para uma das partes altas da cidade e sofre com a falta de água. “Quando eu morava na rua de baixo era melhor. Mas quando eu cheguei aqui foi um caos mesmo”, disse a estudante. Sem água encanada desde março deste ano, Adriana Sampaio decidiu não pagar mais as contas, que continuam chegando. Porém, ela conta que enquanto o problema não for resolvido, não vai pagar pelo serviço.

“A água que eu estou tendo mesmo para gastos é a água da chuva, quando chove e cai direto no tanque, que é subterrâneo e eu puxo com a bomba, que é a água que faço as coisas dentro de casa”, conclui a estudante universitária.

 

 

 

G1, com informações da TV Santa Cruz

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui