Procuradoria afirma que instalação não oferece condição de trabalho.
O Ministério Público do Trabalho pediu a interdição do prédio onde funciona o Samu em Itabuna, região sul da Bahia. Segundo a Procuradoria, a sede, que é provisória, não oferece condições adequadas. Além disso, os funcionários informam que faltam equipamentos de proteção individual.
Há quatro anos a Coordenação do Samu da cidade solicita à Prefeitura botas e macacões novos, que são equipamentos de proteção individual, de acordo com o órgão. Em 2013, foi realizada uma licitação para a compra dos materiais, mas a empresa que ganhou não entregou.
Atualmente, enfermeiros, condutores, médicos e técnicos trabalham com equipamentos desgastados. “O macacão custou R$ 200 e a bota eu paguei R$ 270. Precisei tirar do próprio salário, que já não é muito, para poder estar prestando melhor serviço à população”, relatou um funcionário, que preferiu não se identificar.
São 80 profissionais hoje no Samu de Itabuna. No socorro aos pacientes, são 55 pessoas. Os profissionais que prestam socorro às vítimas trabalham em um esquema de plantão de 24h e precisam de um local para descanso. No quarto onde os médicos dormem, foram encontrados colchões antigos, que servem de cortina para as janelas, e o ar condicionado é amparado por uma peça.
A situação foi denunciada por um médico ao Ministério Público do Trabalho, que fez vistoria no local. A denúncia foi confirmada e o procurador Ilan Fonseca entrou com pedido de interdição à Justiça. “Há mais de quatro anos os servidores do Samu de Itabuna trabalham sem os EPI’s necessários. Muitos deles trabalham com camisa de manga curta, caças jeans, se expondo ao risco de contaminação por secreções, sangue e etc”, denunciou o procurador.
Foi estabelecido um prazo de 10 dias para a prefeitura regularizar a situação. O prazo terminou e os profissionais do Samu continuam trabalhando sem condições adequadas. A prefeitura da cidade anunciou que vai fazer uma nova licitação.
“Inclusive já foi marcada uma data para que ocorra essa licitação e onde essa empresa. Essa nova empresa que ganhe essa licitação, nós solicitaremos o mais rápido possível a entrega e o fornecimento desses macacões e botas”, justificou Ramon Elias, coordenador de Enfermagem do Samu. A justiça do Trabalho informou que está analisando o pedido de interdição da unidade em Itabuna.
Fonte: G1, com informações da TV Santa Cruz