Rafael Esteves Farias Monteiro, de 22 anos, morreu na última quinta-feira.
O jovem Rafael Esteves Farias Monteiro, de 22 anos, que morreu na última quinta-feira (11), no Hospital São Lucas, em Itabuna, no sul da Bahia, não foi vítima da dengue hemorrágica, conforme o atestado de óbito do rapaz apontava.
Os resultados dos exames feitos com amostras de sangue de Rafael Monteiro deram negativo para a doença, segundo a secretaria municipal de Saúde.
Os exames foram feitos no Laboratório Central, em Salvador, e a contra-prova, em Belo Horizonte. A secretaria municipal de Saúde vai encaminhar o laudo para o Hospital São Lucas, que deve mapear as condições do paciente e tentar descobrir o que pode ter provocado a morte do jovem.
Suspeita
Parentes do jovem disseram que ele começou a manifestar os sintomas na segunda-feira (8), e que esteve no Hospital São Lucas, na segunda e terça (9). O jovem foi atendido e liberado mesmo com sangramento na gengiva.
Em nota, a Direção Técnica do Hospital São Lucas informou que adotou toda assistência prevista no protocolo de Emergência Clínica para Dengue Hemorrágica no paciente. Confira abaixo íntegra da nota enviada pela unidade de saúde:
Sobre o atendimento prestado ao paciente Rafael Esteves Farias Monteiro, a Direção Técnica do Hospital São Lucas informa que toda assistência prevista no protocolo de Emergência Clínica para Dengue Hemorrágica foi adotado, inclusive com solicitação de vaga em CTI, o que, não sendo suficiente para combater a gravidade da doença, registrou óbito do paciente às 12h40min desta quinta-feira (11.02).
Acrescente-se que, ainda na madrugada da quarta-feira (10.02), às 1h30min, o mesmo paciente foi admitido no Hospital São Lucas sem registro em prontuário de sintomas que alertassem para dengue hemorrágica, nem mesmo relato algum por parte de paciente e/ou acompanhante apontando para a presença de sangramentos e hemorragias, tendo sido atendido, medicado para o quadro clínico que apresentava e liberado. Não há registro de outras admissões recentes deste paciente na referida Unidade Hospitalar.
Sobre a suspeita para dengue hemorrágica, o Hospital São Lucas informa que o óbito foi notificado à Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde e estão sendo cumpridos todos os protocolos para colaborar com a investigação da causa morte do paciente.
Sobre a epidemia vivida em Itabuna, o Hospital São Lucas está operando há pouco mais de 2 meses no máximo de sua capacidade instalada, e une-se ao município e à população no esforço de buscar a garantia do atendimento a uma superpopulação nunca antes estimada.
Epidemia
Itabuna vive uma epidemia de dengue, chikungunya e zika vírus. Segundo a secretaria municipal de Saúde, de junho de 2015 até fevereiro de 2016, foram notificados mais de doze mil casos. Os hospitais da cidade estão lotados de pessoas com sintomas dessas doenças. O tempo de espera por atendimento passa de cinco horas. Tem gente que espera deitado no chão, em frente ao Hospital São Lucas e no Hospital de Base.
Na próxima semana, o município vai inaugurar o “QG (Quartel Geral)” da dengue, o que deve aliviar o atendimento nos hospitais. A secretaria municipal de Saúde reconhece os problemas e diz que a situação pode piorar. “No final de março para abril, nós vamos ter, possivelmente, até metade da população de Itabuna com ataque de um dos três vírus”, afirma Paulo Bicalho, secretário de Saúde do município.
G1, com informações da TV Santa Cruz