Itabuna: Audiência pública discute soluções para a crise hídrica em Itabuna

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A situação da Bacia do Rio Almada, a crise hídrica de Itabuna, as obras da Barragem do Rio Colônia e as ações do Governo da Bahia estiveram em pauta na manhã desta segunda-feira (11) na Universidade Estadual Santa Cruz (Uesc). Cerca de 150 pessoas participaram de uma audiência pública na qual o secretário de Infraestrutura Hídrica e Saneamento, Cássio Peixoto, acompanhado pelo deputado estadual Marcelino Galo, apresentou as determinações do governador Rui Costa para o enfrentamento da crise hídrica na região.

Medidas de curto, médio e longo prazo, a exemplo de distribuição de carros pipa, perfuração de poços, instalação de reservatórios de água em locais estratégicos e as próximas etapas das obras da barragem do Rio Colônia foram apontadas como alternativas para solucionar os problemas enfrentados pela população itabunense.

“A região passa por uma crise sem precedentes em decorrência de problemas estruturais e ambientais. A falta de chuvas agrava em muito a problemática. Mas vamos enfrentar a situação de forma a minimizar os impactos desta grave crise hídrica”, disse Peixoto, ressaltando que os índices pluviométricos na região diminuíram um terço menores de 2007 a 2016.

Bacia do rio Almada – A Bacia Hidrográfica do Rio Almada(BHRA) destaca-se como um dos principais sistemas naturais da Região Cacaueira. Porém o rio se encontra em um profundo estado de poluição, sendo submetido a despejo de lixo e esgoto, como também ao desmatamento nas suas proximidades. O Rio Almada nasce em Almadina, chegando a desaguar em Ilhéus, abastecendo as cidades de Coaraci, Itabuna, ItajuÍpe, Barro Preto e Uruçuca.

Entre as propostas para recuperar o rio e reestabelecer o abastecimento de água na região, o secretário propôs a elaboração de planos municipais de saneamento para as cidades abastecidas pelo rio Almada. “Os municípios são os responsáveis pelo saneamento mas o Estado já está à disposição para ajudá-los nesta tarefa. Queremos cidades saneadas na Bahia, com água de qualidade, levando saúde para a população”, enfatizou Peixoto.

O secretário abordou ainda o estabelecimento de parcerias com as secretarias municipais de meio ambiente e a Diretoria de Revitalização de Bacias da Sihs, promovendo ações para recompor as margens nos rios e assim garantir a segurança hídrica da região.

Planejamento e Ações – Itabuna tem seu sistema de abastecimento de água (SAA) e esgotamento sanitários (SES) operados pela Empresa Municipal de Águas e Saneamento – EMASA desde 1989. A vazão do sistema em períodos normais é de 720l/seg. Hoje o índice está em 250 l/seg de uma água com teores de salinidade elevados.

Mas para o secretário não há como falar em abastecimento de água, sem planejar o futuro. Nesse sentido ele ressaltou que a Sihs vem atuando na garantia dos recursos para a construção da Barragem do Rio Colônia, que irá regularizar o abastecimento das cidades.

Por determinação do Governador Rui Costa, a Sihs alocou recursos no valor de R$ 3,8 milhões para desenvolver ações que minimizassem os impactos da crise hídrica. Entre elas, a Criação de um convênio entre a Prefeitura Municipal de Itabuna e a Superintendência de Proteção e Defesa Civil – SUDEC, órgão em regime especial da administração direta, integrante da estrutura da CASA CIVIL , para locação de 35 caminhões pipa, sendo abastecidos nas localidades de Ubaitaba e Travessão distante 60 e 80 km, de Itabuna.

Outra medida importante foi o Convênio entre a Prefeitura de Itabuna e a SUDEC, em caráter emergencial, com o objetivo de fornecer produtos químicos para o tratamento da água fornecida pela EMASA.

A Embasa também participou das atividades com o fornecimento de carros pipa e o abastecimento nas localidades próximas a Itabuna e, mais recentemente, o fornecimento de produtos químicos para o tratamento da água. A Sihs autorizou ainda a Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia – CERB, a perfurar 18 poços artesianos. A Companhia adquiriu e instalou conjuntos de motor-bomba submersível, grupos geradores de energia, 145 tanques de água para serem colocados na periferia e em áreas rurais da cidade, além de outros três conjuntos de motor-bomba de 300cv com quadros de comando para captação de água em Itabuna.

Ainda nesta semana, por meio de Convênio entre a Sihs e a Secretaria de Educação SEC, a Cerb vai entregar 19 reservatórios de 10 mil litros para abastecimento de água em escolas estaduais da região.

“As previsões de chuva não são muito otimistas, mas a Sihs vai continuar ajudando na manutenção do abastecimento até o final dessa que é a maior estiagem da história da região”, completou Peixoto, enfatizando que a solução definitiva para o abastecimento será a Barragem no Rio Colônia cujas obras encontram-se em andamento no município de Itapé.

Barragem do Rio Colônia – Reivindicada pela região há mais de 20 anos, a construção da barragem do Rio Colônia foi retomada pelo governador Rui e está com 20% das obras concluídas com precisão de término para o segundo semestre de 2017. Os recursos dos governos federal e estadual chegam a aproximadamente 120 milhões, beneficiando uma população de mais de 350 mil habitantes.

Com a barragem a Sihs visa complementar o abastecimento de água da região, minimizar o problema das enchentes que inundam parte da cidade de Itabuna e melhorar as condições sanitárias do Rio Cachoeira, contribuindo com a diluição dos efluentes sanitários não tratados das áreas urbanas marginais ao rio, aspecto que permite o uso de um menor grau de tratamento para estes efluentes.

De acordo com estudos da Sihs, a construção da barragem pode ainda reduzir a proliferação de plantas aquáticas que se acentua nos períodos de longas estiagens, principalmente na área urbana de Itabuna, assim como melhorar a qualidade do Rio Cachoeira, pois a água do Rio Colônia, um dos seus principais afluentes, é de melhor qualidade em relação ao outro afluente (Rio Salgado), principalmente no tocante ao teor de sais dissolvidos.

Em função da importância da obra, a Sihs tem acelerado a construção. De março a junho desse ano, já foram feitas a mobilização do Canteiro de Obras – Etapa Industrial; Conclusão do desvio provisório da BA 120; Conclusão da ensecadeira de montante; Desvio do rio (1º Etapa); Escavação da fundação da barragem.

As próximas etapas vão abranger A conclusão da mobilização do Canteiro de Obras – Etapa Industrial; Escavação do desvio do rio (2º Etapa); Tratamento da fundação / mapeamento; Escavação da Fossa; Execução da ensecadeira de jusante; Execução do concreto da galeria de desvio do rio (2º Etapa); Execução do concreto da galeria de tomada d’água.

Fonte: Correio da Bahia

 

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