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Itabela confirma sete casos de malária em assentamento rural

Itabela confirma sete casos de malária em assentamento rural
Itabela confirma sete casos de malária em assentamento rural. Foto: reprodução

Por meio de um ofício, a Sesab alertou os municípios vizinhos sobre o registro de vários casos de malária em um assentamento de Itabela. O aviso foi feito pelo Núcleo Regional de Saúde (NRS) Extremo Sul.

Segundo a secretária de Saúde de Itabela, Wádla Casiano, até o momento, foram confirmados sete casos da doença, todos no assentamento, acrescentando que os pacientes estão em tratamento, alguns já receberam alta.

“A equipe de Endemias do município está trabalhando com os técnicos da Sesab, atuando pontualmente nessa localidade para evitar que surjam mais casos. As ações foram imediatas e estão sendo feitas diariamente, com monitoramento dos pacientes sintomáticos, fazendo testes e encaminhando para medicação. Além disso, estamos atuando na prevenção, através da captura do mosquito transmissor, e fazendo trabalho educativo com a comunidade”, destacou Wádla.

De acordo com Wádla, o surto no assentamento teve início com um morador recém- chegado de outra localidade, mas o caso está sendo investigado. “É um fato isolado no município e causou surpresa, porque o assentamento existe há dez anos e, durante todo esse tempo, nunca houve caso positivo no local”, contou a secretária.

A secretária contou que todos tiveram sintomas leves, como dores articulares e calafrios, mas nada grave. Além disso, foram casos isolados. “Não é nada que vai tomar uma proporção local, porque nossas equipes e as equipes da Sesab já estão trabalhando e os casos estão isolados. O trabalho é voltado para o preventivo, para que não haja mais contaminações”, esclarece.

Casos na região

A Bahia registra nove casos da malária na região do Extremo Sul, segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) – são sete casos no município de Itabela, um em Itamaraju e um em Porto Seguro. A doença é causada por meio da picada de fêmeas do mosquito Anopheles, que estão infectadas pelo protozoário Plasmodium.

De acordo com a Sesab, os casos tiveram diagnóstico positivo por teste rápido e as amostras foram  encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) para uma nova análise.

A secretaria de saúde de Porto Seguro, após a publicação da matéria, informou que não tem casos de malária no município, informação que tinha sido passada pela Sesab. “O paciente está internado aqui, porém, reside em Itabela”, afirmou a secretaria de Porto Seguro.

A Sesab ainda disse que tem realizado a busca ativa de casos suspeitos e tratamento supervisionado. A investigação da vigilância epidemiológica tentará identificar o primeiro caso da doença, que disseminou para outras pessoas, e se houve associação da chegada da doença com deslocamento e viagem.

“Dentro das medidas adotadas foram encaminhados do nível central mosquiteiro impregnado com inseticida de longa duração (MILD) totalizando 120 mosquiteiros de casal e 200 mosquiteiros de solteiro”, acrescenta a Sesab.

 Datam de 2018 os últimos registros da doença na Bahia.
A malária

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a malária é potencialmente grave e costuma ser transmitida ao ser humano pela picada de mosquitos infectados pelo parasita. A doença também pode ser transmitida por compartilhamento de seringas, transfusão de sangue e até de mãe para feto, na gravidez.

A malária tem sintomas como febre alta, calafrios, sudorese e dor de cabeça. Além disso, o paciente infectado também pode ter dor muscular, taquicardia e aumento do baço. Geralmente, nos casos letais da doença, o paciente desenvolve o que se chama de malária cerebral.

Ainda de acordo com a Fiocruz, essa evolução da malária pode levar o paciente ao coma, já que também tem como sintomas ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões e vômitos.

Prevenção e tratamento

O principal meio de prevenção da malária é o controle e eliminação do mosquito transmissor. Esse controle pode ser feito por medidas individuais e coletivas, como: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas; roupas que protejam pernas e braços; telas em portas e janelas; e repelentes.

Além disso, também é possível fazer drenagem de coleções de água; pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do mosquito; aterro, limpeza das margens dos criadouros; modificação do fluxo da água; controle da vegetação aquática e outros.

O tratamento da malária deve ser iniciado o mais rápido possível, para eliminar o parasita da corrente sanguínea do paciente. A Fiocruz detalha que o tratamento imediato com antimalárico – até 24h após o início da febre – é fundamental para prevenir as complicações.

Nos casos em que o teste de diagnóstico não estiver acessível nas duas horas primeiras de atendimento, o tratamento com antimaláricos deve ser administrado com base no quadro clínico e epidemiológico do paciente.

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