(Foto: Sulbahia News)Em 30 de março de 2010 uma emboscada na rodovia BA 290, no trecho entre Itanhém/BA e Medeiros Neto/BA, tirou a vida do sargento PM da reserva Borges e feriu o soldado PM Paulo Sergio Pinheiro. Vários foram os desdobramentos do caso, dois vereadores reclamaram agressões feitas por policiais militares, dois corpos foram encontrados na zona rural de Itanhém/BA e um dia pela paz foi celebrado por pacifistas, políticos e comunidade. Nesta segunda-feira, 17, às 15h, em cumprimento de uma ordem judicial, os irmãos Durval São Leão, 51 anos, e Wilson São Leão, 49, foram presos por uma equipe da 8ª Coorpin, coordenada por Marcus Vinícius. O delegado titular de Itanhém, Jorge Nascimento, que preside o inquérito, acompanhou a ação.
Os irmãos Wilson e Durval, se apresentaram à polícia de Itanhém em 5 de abril, eles confessaram o crime e negaram o envolvimento do irmão vereador, Juarez São Leão, que chegou a ser preso e reconhecido por uma testemunha. À época eles foram ouvidos pelo delegado titular de Itanhém.
Segundo o coordenador Marcus Vinícius, já está definido que estavam na cena do crime o vereador Juarez São Leão, o sobrinho dele, Marcos Vinícius, que está custodiado desde então, e os dois réus confessos. Ainda de acordo com Marcus Vinícius, as investigações apontam que os dois corpos encontrados no mesmo dia do assassinato do sargento Borges, são de pessoas envolvidas com o crime e que também teriam participado ativamente da cena. O coordenador afirma que a conclusão do inquérito está próxima, mas que os policiais ainda tentam descobrir outras pessoas que participaram do homicídio. Caso sejam condenados, os réus receberão pena de 12 a 30 anos de reclusão por homicídio qualificado.
Durval São Leão preferiu não dar detalhes sobre o dia da morte do sargento, ele apenas afirmou que Borges teria matado o patriarca da família, Luiz Jesus São Leão, em 31 de outubro de 2007, contratado pelo fazendeiro Zenon. Durval disse ainda que chegou a procurar o juiz, o major e a delegada, mas que “não teve jeito”.
Wilson São Leão também fez referência à morte do pai, “entrou na fazenda e matou meu pai de escopeta, um homem de 75 anos, ele e um comparsa que até hoje ninguém sabe quem é”, disse ele em referência ao sargento da reserva. Wilson reafirmou que a família procurou as autoridades competentes, mas que não obteve êxito. “Ele ficou ameaçando a família da gente, disse que nos cataria como galinha cata milho no terreiro. A gente foi obrigado a matar”, desabafou o réu confesso.
Quanto ao que aconteceu naquele dia 30 de março, Wilson conta que ele e o irmão Wilson passaram a “mapear” os passos de Borges em Itanhém. Segundo ele, assim que soube do atentado que o sargento sofrera na cachoeira do Catabriga, imaginou que ele daria queixa na cidade, então, passou a vistoriar a rodovia na esperança de encontrar Borges pelo caminho, “mapeei ele por 30 dias direto na pista”, confessa Wilson.
“Eu fechei o caminhão e ele atirou em mim, me acertou na perna, eu estava com a arma, um revólver calibre 38 e atirei, depois usei a arma dele” detalhou o réu acerca do acontecimento, ao concluir ele desabafou, “matei porque me senti encurralado”. Quanto ao soldado que acompanhava o sargento no carro e também ficou ferido, São Leão diz ter sido um acidente, ele garante que não teve nenhuma intenção de acertar o soldado PM. Os réus estão sendo defendidos pelo advogado Gean Prattes.
Fonte: Michele Ribeiro / Sulbahia News